terça-feira, 20 de março de 2012

Advogado: testemunha viu 'cavalo de pau' com moto aquática

Uma testemunha afirmou ter visto o adolescente de 13 anos envolvido em um acidente com uma moto aquática no litoral de São Paulo, no Carnaval, fazer manobras com o equipamento por diversas vezes antes do ocorrido. A informação é do advogado da família de Grazielly Almeida Lames, 3 anos, morta ao ser atingida pela moto, em 18 de fevereiro. O criminalista José Beraldo pretende apresentar a testemunha na tarde desta terça-feira, no Fórum de Bertioga.
"O empresário viu o adolescente andar com o jet ski, segurando a manopla para manter acelerado, dando 'cavalo de pau'. Ele fazia manobras bastante arrojadas, dominava a máquina", afirmou Beraldo.
Está marcada para o final da manhã de hoje uma simulação do acidente. O advogado também quer que a moto aquática passe por perícia particular. Segundo Beraldo, o objetivo é verificar se o equipamento havia sido modificado. "Tudo indica que era preparado para corrida. Queremos averiguar", afirmou, acrescentando que, caso a hipótese seja confirmada, configuraria dolo eventual, ou seja, quando se assume o risco de ferir ou matar, mesmo sem intenção.
Perito contratado pela família de Grazielly, o engenheiro mecânico Jean Pierre Frederic vai comandar a simulação. Segundo ele, será usada uma moto aquática similar à do acidente, da mesma marca, mas um modelo mais novo. O equipamento será conduzido por um piloto profissional. "Vamos fazer medições de tempo para compreender a dinâmica do acidente e comparar com os dados do IC (Instituto de Criminalística)", disse.
O perito pediu para ter acesso ao equipamento do acidente para uma nova perícia, mas ainda não teve resposta da polícia. Caso não seja permitida a verificação particular, o advogado deve pedir o procedimento na Justiça.
Maurimar Bosco Chiasso, advogado do adolescente, afirmou que vai esperar o depoimento da testemunha. "Ele (o advogado José Beraldo) tem anunciado uma série de elementos, mas isso nem sempre se confirma, razão pela qual fico no aguardo", disse.
Chiasso criticou a tentativa de simular o acidente para obter novas provas. "Isso é medida fora das normas do processo. Parece uma situação esdrúxula. Quem tem que fazer prova não é o doutor Beraldo, são as autoridades", disse, classificando a "manobra" da equipe de Beraldo como "sensacionalista". O advogado acrescentou que seu cliente "não se furtou da responsabilidade" e que aguardará a conclusão do inquérito.

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