A chefia da missão de atletas da Grã-Bretanha que participarão dos Jogos Olímpicos de Londres criticou, em entrevista concedida neste sábado do Parque Olímpico, a abordagem "negativa" que a imprensa britânica e internacional tem dado à organização do evento esportivo. Nas últimas semanas, as inúmeras falhas no esquema de segurança montado para a competição, os problemas com os transportes oficiais, e o ritmo da finalização das obras têm tido grande destaque na imprensa, que chegou a classificar como "constrangedora" alguns aspectos envolvendo a organização da Olimpíada.
Clive Woodward, um dos chefes da missão britânica na Olimpíada, disse esperar que a cobertura mude de tom daqui para frente, e que os aspectos positivos dos Jogos ganhem mais destaque a partir do início das competições.
"Tem havido muita conversa sobre várias coisas (negativas) que aconteceram durante os Jogos, o que era esperado que acontecesse e que tem de ser divulgado mesmo. Mas eu espero que nós possamos avançar agora e realmente começar a falar sobre o tudo o que tem sido feito por trás e para alavancar o nosso time", disse Clive, ao ser questionado sobre a cobertura.
O escândalo no esquema de segurança montado para a Olimpíada fez com que a organização tivesse de acionar o Exército e gerou grande inquietação no país, cujo maior temor é ser alvo de um ataque terrorista durante os Jogos. Além de funcionários despreparados - alguns nem sabiam falar inglês - , a G4S (empresa privada contratada pelo comitê olímpico britânico) não conseguiu entregar o número suficiente de seguranças contratados e, no início da semana, os militares tiveram de assumir a revista nas entradas principais do Parque Olímpico e das arenas esportistas.
Apesar da crítica velada à imprensa, a missão britânica evitou se aprofundar nas polêmicas e aproveitou a entrevista para, entre outras coisas, elogiar o trabalho feito pelos militares.
"Eu gostaria de sugerir, se houver uma oportunidade, as primeiras pessoas a receberem uma medalha de ouro nesses Jogos sejam os nossos militares, que se ofereceram para participar dos jogos e garantir a segurança da Olimpíada", disse Andy Hunt, presidente da Associação Britânica Olímpica.
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