
Coincidentemente, ou não, muitos são do Senegal, País localizado na Costa Oeste do continente africano. Um deles é o sorridente Diego Thiam, de 30 anos. Para ele, uma das maiores dificuldades encontradas em terras tupiniquins é o fato de poucos falarem a língua francesa, idioma oficial de sua terra natal. Ainda assim, o senegalês, que também arrisca falar um pouco em árabe, consegue se expressar bem em português.
Inicialmente, Diego passou dez meses na cidade de São Paulo, trabalhando como auxiliar de serviços gerais. “Lá as coisas são muito caras e é muito frio”, comentou. Por isso, ele resolveu tentar a sorte no Recife, há cerca de um mês. Quando questionado o porquê de ter escolhido o maior País da América do Sul como destino a resposta foi rápida: “Gosto do Brasil há muito tempo”, garantiu, assegurando ainda que muitos africanos conhecem o Brasil por conta do futebol. Logo, o rapaz não hesitou em dar exemplos de ídolos. “Adriano, Romário, Roberto Carlos, Ronaldo Fenômeno”, enumerou.
Apesar de estar gostando do Recife, a cidade não o prende. “O Brasil é muito grande. Se aqui (no Recife) ficar ruim vou para outro lugar. Enquanto o trabalho estiver bom fico”, explicou, citando Piauí e Fortaleza como possíveis destinos. Apesar de seu visto ser válido até dezembro deste ano, Diego afirma que pretende ficar no País até 2014, por conta da Copa do Mundo de Futebol. “Se até lá não conseguir um trabalho melhor volto para o Senegal”, garantiu.
Tranquilidade. Esta foi a palavra dita pelo senegalês artesão Picasso, de 31 anos, que preferiu não revelar seu verdadeiro nome. Ele contou que o nome artístico foi escolhido por ele mesmo em homenagem ao artista espanhol Pablo Picasso. Diferente de Diego, que nunca tinha saído do continente africano, Picasso morou quatro anos na Itália. “Lá tem muito racismo. Aqui é gente boa demais. Aqui sabem receber a gente”, comparou. Vindo ao Brasil com um visto provisório, ele revelou que gostaria de morar no Brasil.
Casado e pai de cinco filhos, Picasso revelou não ter conhecido ainda o filho mais novo, atualmente com seis meses de vida. “Quando sai do Senegal minha mulher estava grávida. Quero que eles venham para o Brasil, mas não tenho dinheiro para isso”, lamentou. Enquanto o único contato que pode ter com os parentes é via telefone ou internet, ele persiste na busca de uma vida melhor para todos. “Quero poder juntar dinheiro para ajudar minha família”, contou. Com esta declaração, Picasso resume bem o desejo dos demais africanos que assim como ele estão no Centro do Recife esperando dias melhores.
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