Por meio de um chip fixado no uniforme, uma turma de 42 estudantes do
primeiro ano do ensino médio tem suas entradas e saídas monitoradas no
Centro de Ensino Médio (CEM) 414 de Samambaia, cidade do Distrito Federal (DF) localizada a cerca de 40 quilômetros da área central de Brasília.
O projeto piloto, que começou a funcionar no dia 22 de outubro, manda
mensagem por celular aos pais ou responsáveis pelos alunos, informando o
horário de entrada e saída da escola.
A diretora do CEM 414, Remísia Tavares, disse que entrou em contato com
uma empresa que implanta os chips nos uniformes depois de saber que o
sistema funcionava em uma escola em Vitória da Conquista, na Bahia.
Segundo ela, a medida foi tomada para aumentar a permanência dos alunos
nas salas de aula. "Os professores dos últimos horários reclamam que
muitos alunos costumam sair antes do término das aulas. Por mais que a
escola tente manter o controle, eles dão um jeito de sair da escola".
De acordo com a diretora, o monitoramento foi bem recebido pelos pais, aproximando-os da vida escolar de seus filhos.
"Fizemos reuniões para saber a opinião dos pais a respeito do chip, e
eles gostaram da ideia. Os pais se sentem mais tranquilos, sabendo
exatamente a hora em que seus filhos entram e deixam a escola", disse
Remísia.
O representante da empresa que implantou os chips nos uniformes, Bruno
Castro da Costa, explicou que o sistema funciona por meio de um sensor
instalado na portaria principal do colégio, que lê as informações
contidas no chip cadastrado.
"O sistema não altera a rotina dos estudantes. Eles entram normalmente
na escola, os dados são passados para o computador e, 30 segundos
depois, os pais são notificados. Uma mensagem é enviada quando o aluno
entra na escola e outra no momento da saída. Apesar de ficar registrado
também na direção do colégio, o sistema não substitui a chamada de
presença em aula. Também estão sendo registradas as entregas de boletins
ou outros eventos, e a direção pode utilizar o programa para encaminhar
o recado ao celular cadastrado", acrescentou Costa.
Charles de Oliveira, também representante da empresa responsável, disse
que o sistema poderá futuramente otimizar o tempo de estudo nas salas
de aulas. "Os professores perdem cerca de 20 minutos para realizar as
chamadas durante as aulas. Futuramente, isso pode acabar, pois será
registrada a presença automaticamente. Além disso, estamos estudando
formas para que o sistema contribua também com os programas do governo,
acelerando a divulgação de dados".
Os estudantes Bárbara Coelho, 16 anos, e Jefferson Alves, 15 anos, não
se incomodam com o monitoramento pelo chip. "Eu acho que é uma boa
maneira de os nossos pais ficarem mais tranquilos e até confiar mais,
sabendo que estamos na escola. Eu não me sinto inibida, pois sempre
frequentei as aulas", disse Bárbara. "Só quem tem costume de matar aula
vai se incomodar, já que agora os pais vão ficar sabendo", completou
Jefferson.
No dia 13 de novembro, um relatório será enviado ao Conselho de
Educação da escola e à Secretaria de Educação do Distrito Federal com os
resultados da experiência. Caso o sistema seja aprovado, a fixação dos
chips no CEM 414 deverá ser ampliada para os 1,8 mil alunos da
instituição no próximo ano.
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