Os sindicatos que enfrentam a presidente argentina CristinaKirchne r
voltam a se mobilizar nesta quarta-feira na Praça de Maio, em frente a
Casa Rosada (governo), reivindicando a redução de um imposto descontado
do salário, em meio a um crescente mal-estar social.
Os
organizadores da mobilização tentam fazer com que setores da classe
média descontentes se juntem ao protesto. No mês passado houve um grande
panelaço contra a insegurança.
Hugo Moyano, líder do poderoso
sindicato dos caminhoneiros, pediu a participação na marcha desta
quarta-feira de "todos os setores da sociedade sem exceção, de todos
aqueles que desejem se expressar nesta grande reivindicação".
A
manifestação convocada por um setor da dividida central majoritária CGT,
liderada por Moyano, e por uma das correntes da CTA, que concentra
funcionários estatais, será acompanhada no âmbito político pelo opositor
Partido Radical, a segunda força legislativa da Argentina, assim como
por alguns partidos de esquerda.
"Os trabalhadores na Argentina
pagam (impostos) muito acima de sua capacidade contribuinte e, enquanto
isso, há setores que pagam muito abaixo de sua capacidade, como o jogo, a
mineração, a renda financeira", disse o deputado radical Ricardo
Alfonsín, filho do falecido ex-presidente Raúl Alfonsín (1983-99).
O
dirigente do Partido Operário (trotskista), Jorge Altamira, disse
compartilhar "as reivindicações gerais da convocatória, por isso
esperamos reunir milhares de manifestantes na passeata". Os
sindicalistas e militantes políticos se mobilizarão de diferentes pontos
do centro da capital argentina e se reunirão no histórico passeio
público. Os principais oradores serão o líder da CTA, Pablo Micheli, e
Moyano, um ex-aliado da presidente.
A outra corrente da CGT, que
reúne os principais sindicatos industriais, e o outro setor do CTA (com
maioria de docentes), se alinham com a presidente. As mobilizações
trabalhistas contra o governo ganharam força nos últimos meses com uma
greve em Buenos Aires no dia 20 de novembro, enquanto, no dia 10 de
outubro, foi realizada a primeira marcha sindical contra as políticas
fiscais e salariais de Kirchner.
O governo respondeu, no dia 10
de dezembro, com uma concorrida concentração para comemorar o primeiro
ano do segundo mandato de Kirchner, que se encerra em 2015, apesar de as
pesquisas marcarem uma baixa em sua popularidade em meio a uma
desaceleração da economia.
Após sua contundente vitória eleitoral
em outubro de 2011 com 54% dos votos, uma recente pesquisa da
consultora M&F revelou que a aprovação da presidente caiu em um ano
de 64,1% a 30,6%.
A economia argentina, cujo vigor se baseia no
impulso ao consumo e ao apoio à indústria local, registrou uma
desaceleração de 8,9% a 2,2% este ano, segundo o último relatório da
Comissão Econômica para a América latina (CEPAL). O índice de
desemprego, contudo, subiu 7,6% no terceiro trimestre deste ano, contra
7,2% do mesmo período de 2011, segundo cifras oficiais.
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