terça-feira, 5 de março de 2013

Ibovespa passar a cair na reta final do pregão na contramão do exterior

Apesar do clima de otimismo entre os investidores no exterior, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), passou a cair na reta final do pregão. Às 16h25m, o índice se desvalorizava 0,13% aos 56.427 pontos e volume negociado de R$ 5,8 bilhões. As Bolsas internacionais sobem animadas com um aumento das vendas no varejo na zona do euro, declarações do governo chinês de que o país deverá crescer novamente 7,5% este ano, e dados mais favoráveis da economia americana. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones atingiu o patamar recorde de 2007, chegando aos 14.207 pontos.

Segundo analistas, o Ibovespa inverteu o sinal após rumores circularem no mercado dando conta que o BC pode elevar o juros pela 1ª vez desde 2011, para conter a forte inflação. A presidente Dilma Rousseff já teria inclusive dado "carta branca" ao BC para que a Selic suba para deter a alta dos preços. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta terça e quarta-feira para decidir sobre a taxa de juro.

O mercado avalia que o juro básico da economia fique nos atuais 7,25% e só seja elevado em abril caso persistam as pressões inflacionárias. Mesmo assim, o mercado já espera um sinal de que as coisas podem mudar em abril no comunicado que o BC divulga após a decisão. Há quem aposte que o juro pode subir a 8,25% no fim do ano.

Por isso, os contratos de juro futuro têm leve alta na BM&F. O contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 sobe a 7,25% ao ano, ante 7,2% no ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2014 avança a 7,70%, em relação a 7,64% de segunda. O DI para janeiro de 2015 está sendo negociado a 8,36%, ante 8,33% de segunda.

O dólar recua no exterior e no mercado doméstico frente a essa onda de otimismo nos pregões externos. Por volta de 16h30m, a moeda americana se desvaloriza 0,35% sendo negociada a R$ 1,963 na compra e R$ 1,965 na venda.

As ações da Vale, que ontem tiveram queda expressiva, hoje se recuperam. Os papéis PNA subiam 0,11% a R$ 34,10 refletindo a estimativa do governo chinês de que o país crescerá 7,5% este ano, a mesma meta do ano passado, quando o país avançou 7,8%. Ontem medidas restritivas no mercado imobiliário da China fizeram os papéis da Vale cair mais de 3%.

Entre as demais ações com maior peso no Ibovespa, Petrobras PN sobe 1,21% a R$ 16,71; OGX ON cai 2,41% a R$ 2,84; Itaú Unibanco PN tem alta de 1,42% a R$ 35,55 e Bradesco PN se valoriza 0,63% a R$ 36,37.

Entre as diversas empresas que divulgaram balanços, a Itaúsa, controladora do Itaú unibanco a Itaúsa, divulgou que teve lucro líquido de R$ 1,139 bilhão no quarto trimestre, uma queda de 23% ante o mesmo período de 2011. No ano, a companhia teve lucro líquido de R$ 5,04 bilhões, queda frente aos R$ 5,367 bilhões de 2011, em meio a um recuo no resultado do Itaú Unibanco de 8,7%. As ações da empresa sobem 0,77% a R$ 10,41.

Também sobem 1,63% a R$ 44,03 os papéis ON da BRF ON após a companhia de alimentos informar que registrou no quarto trimestre de 2012 um lucro líquido de R$ 563 milhões, um aumento de 365% sobre os R$ 121 milhões do mesmo período de 2011. Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, o resultado da BRF foi "muito bom" e mostrou forte evolução em diversos segmentos, como aumento de volumes de vendas de carnes in natura no mercado interno e externo; aumento de volumes de vendas de processados no mercado externo e aumento de preços em alguns segmentos que compensaram algumas reduções de volumes.

Os papéis ON da Diagnósticos da America (Dasa) apresentam a maior queda do Ibovespa, 4,07% a R$ 12,48. O resultado da Dasa veio abaixo das expectativa do mercado. Segundo os analistas do Itaú BBA houve um aumento de custos fixos sem um aumento igual na receita, o que contribuiu para margens baixas. A empresa teve prejuízo líquido de R$ 1,6 milhão no quarto trimestre, ante lucro de R$ 18,5 milhões no mesmo período do ano anterior.

Na Europa, as principais Bolsas fecharam em alta: o índice Ibex, da Bolsa de Madri, subiu 2,15%; o Dax, da Bolsa de Frankfurt, avançou 2,32%; o Cac, do pregão de Paris, teve alta de 2,09% e o FTSE, da Bolsa de Londres, teve alta de 1,36%. As vendas no varejo da zona do euro em janeiro subiram 1,2% na comparação com dezembro. A alta é a maior desde abril de 2011 e superou a projeção de analistas, o que animou os pregões.

Os principais índices do mercado de ações do mercado americano também estão em alta. O Dow Jones subia 0,92%, o Nasdaq ganha 1,25% enquanto o S&P 500 apresenta alta de 0,97%. Nos EUA, o índice ISM do setor de serviços subiu em fevereiro para 56 pontos, acima das projeções, em reflexo da contínua melhora do setor no país. Além disso, declarações de Janet Yellen, vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que o Fed pretende manter uma política monetária flexível mesmo depois de interromper a compra de bônus, anima o mercado.

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