quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Começam preparativos para a demolição de bloco do Conjunto Beira Mar

Começam nesta quinta-feira os preparativos para a demolição do bloco B1 do Conjunto Residencial Beira-Mar, na praia do Janga. O local está recebendo tapumes de proteção e teve início o processo de escavamento da área. Os moradores prometem fazer um protesto, na próxima segunda-feira, para cobrar respostas sobre as indenizações.

Uma decisão do juiz Otoniel Ferreira dos Santos, da 1º Vara Cível da Comarca de Paulista, anunciada no Diario de Pernambuco na terça-feira passada, deu um prazo de 24 horas para que as seguradoras Caixa Seguros e Sulamérica, responsáveis pelo imóvel, iniciem o processo de contratação da empresa especializada para fazer o escoramento e posterior demolição do prédio, interditado desde outubro de 2004 por apresentar rachaduras e vícios de construção que comprometem a estrutura predial e oferecem risco iminente de desabamento.

Composto por 104 apartamentos de três quartos cada, o bloco B1 foi construído há 31 anos. Há nove, depois que diversas rachaduras começaram a aparecer nas paredes, a Defesa Civil evacuou o imóvel às pressas. No último dia 27, a Justiça decidiu pela demolição da estrutura, para evitar um desabamento e um possível “efeito dominó” sobre os outros prédios que compõem o Conjunto Beira-Mar, um dos mais conhecidos do Janga. “O prédio apresenta vícios de construção e corre risco alto de cair, então peritos da Justiça fizeram uma vistoria e detectaram que, caso ele caia, poderá atingir um raio de até 200 metros. Ou seja, pode derrubar outros imóveis do entorno. Principalmente depois das chuvas”, explicou o secretário de Segurança Cidadã e Defesa Civil de Paulista, Manoel Alencar.
O prazo de 24 horas é para que seja iniciado o processo de escoramento, segundo o juiz Otoniel Santos. A demolição ainda não tem prazo para acontecer. “É crucial segurar o prédio para evitar uma tragédia. A perícia apontou que a estrutura encontra-se em estado desolador. Fizemos uma audiência com todos os envolvidos para evidenciar o problema”, explicou o magistrado. O Beira-Mar é dividido em quatro modelos de imóveis, com 1,7 mil apartamentos ao todo. Os blocos B2 e B3, com 104 apartamentos cada, também foram interditados em 2006, mas não serão demolidos. Muitos apartamentos foram invadidos, outros permanecem como moradia dos proprietários, que se recusaram a sair. Blocos do grupo C e D também permanecem inteditados desde 2007, com parte das indenizações já pagas.

A situação do bloco B1 tem deixado os moradores dos prédios tipo A, C e D assustados. “Os vigilantes dizem que escutam barulhos constantes à noite. Tem gente aqui dos blocos vizinhos que não consegue dormir pensando nesse prédio”, contou a representante dos moradores do Conjunto Beira-Mar, Janete Lima, 59 anos. Os proprietários dos apartamentos do B1 também reclamam da indenização, que ainda não teria sido paga. “Recebemos um auxílio no valor de R$ 438, o mesmo desde que saímos daqui”, contou a autônoma Soraya Furtado, 53 anos.
Em nota, a Sulamérica informou que cumpre todas as decisões judiciais, inclusive com relação os processo de indenização. Dos 88 abertos, a companhia afirmou ter responsabilidade sobre apenas 11 deles. Já a Caixa Seguros afirmou que está estudando a decisão da justiça e ainda não pode se posicionar sobre a demolição. Quanto às indenizações, esclareceu que o empreendimento está vinculado à extinta Apólice do Seguro Habitacional do Sistema Financeiro de Habitação - SH/SFH, com a qual a Caixa Seguros deixou de operar em 2007. 

Saiba mais


Conjunto Beira Mar

Construído em 1982

1.711 mil apartamentos, divididos em quatro tipos:

20 do tipo caixão

9 com pilotis

Tipo A
5 blocos de 52 apartamentos

Tipo B
3 blocos de 104 apartamentos

Tipo C
15 blocos de 32 apartamentos

Tipo D
14 blocos de 32 apartamentos

Blocos interditados

Blocos B1, B2 e B3 (pilotis)
13 andares cada
104 apartamentos cada
Cerca de 40 metros de altura
3 quartos por apartamento
Cerca de 78m2 por apartamento

D1, D5, D9 e D11 (caixão)
32 apartamentos cada
2 quartos por apto
3 andares 
Interditados entre 2007 e 2008

C10 e C11 (caixão)
32 apartamentos cada

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