Um jovem de 17 anos teve a nota da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) alterada de zero para 880 após um pedido judicial. Bolsista no colégio particular Lourenço Castanho, em São Paulo, ele recebeu o boletim do Enem com a redação anulada, mas 48 horas após a Justiça solicitar que o texto corrigido fosse mostrado, a pontuação foi revista no sistema do Ministério da Educação (MEC).
Antes de procurar a Justiça, o estudante ligou e escreveu para o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela prova, e reclamou. A resposta por telefone e por email foi que três corretores haviam lido a redação e a anulação estava correta. “Ele me ligou desesperado. Eu, que sou de família humilde, já ia falando para ele esperar o próximo ano. A sorte é que o colégio tinha um advogado”, diz a mãe, a cozinheira Cleonice Cerqueira Silva Oliveira.
A assessoria do Ministério da Educação diz que ainda não teve acesso ao processo. Ao todo, há 16 ações contra a nota da redação do Enem deste ano e 28 contra a de 2010. Nenhuma teria sido vitoriosa. O estudante com a nota alterada preferiu não falar sobre o assunto esta semana, enquanto se prepara para a segunda fase do vestibular da Universidade de São Paulo (USP), que não adota o Enem.
A nota da redação vai de zero a mil. Há muitas reclamações por conta da falta de transparência nos critérios adotados para a nota. A única informação é que dois corretores independentes dão uma nota e, se a diferença entre as pontuações for maior do que 300 pontos, um terceiro corrige o texto. Neste caso, a nota final fica sendo a dada pela terceira pessoa.
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