sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Abertura deve atrair 220 mil foliões

Acabou a espera pela festa mais democrática do Recife. Chegou o Carnaval. Época em que (quase) tudo é permitido e quando as pessoas encaram personagens para se permitirem extravasar a alegria que guardaram durante 365 dias de ansiedade. Para dar boas-vindas a estes cinco dias de diversos ritmos - regionais e internacionais -, batucadas e passos marcados, a Prefeitura do Recife organizou uma programação recheada de apresentações artísticas. Os eventos têm início a partir desta sexta-feira (17) e prometem arrastar cerca de 220 mil foliões pelas ruas do Bairro do Recife, assim como no Marco Zero. A partir das 16h, ao som dos clarins, as dez nações de maracatu - somando 500 batuqueiros - se concentram na rua da Moeda. Às 17h, os clarins irão tocar a cada 15 minutos, de forma a marcar a contagem regressiva para o Carnaval 2012.

Finalmente, às 18h, as nações poderão passar pelo palco do Marco Zero e seguir em caminhada pelas ruas da Moeda, Mariz e Barros, seguindo pelas avenidas Marquês de Olinda e retornando ao Marco Zero; todos comandados pelos percussionista Naná Vasconcelos. “Sempre abri o Carnaval, desde o início. Começamos com 290 batuqueiros e foi aumentando, ao longo dos anos. Já fiz até com mais que isso, mas vi que era melhor reduzir. Quanto a amanhã (hoje), acho que será espetacular. Para mim, era um sonho trazer uma artista africana aqui para o Carnaval de Pernambuco e fazer essa abertura”, comentou Vasconcelos, acerca da cantora africana Angelique Kidjo. Há seis anos, o percussionista havia feito um convite à artista. Contudo, por incompatibilidade de agenda, ela não pode comparecer.

De acordo com Naná, no repertório de Kidjo, estão incluso “Bolero de Ravel”, com solo de trompete do Maestro Forró e “Refavela”, de Gilberto Gil. “Durante os dez anos que participo da abertura do Carnaval muita coisa mudou e evoluiu. Foram quebrados muitos preconceitos. Hoje, muitas mulheres to­cam, coisa que era proibida antes. Vem muita gente, até de outros países, nos prestigiar. Espero que isso aconteça outras vezes, porque já deveria ser normal trazer esses artistas para cá”, complementou. Além de Angelique Kidjo, o Grupo Voz Nagô, a Stomp Stage Experience - um grupo de maracatu nor­te-americano - e o Maestro For­­ró, com a ban­da Frevo S/A e a Orquestra Popular da Bom­ba do Hemetério também participarão. “A expectativa é a melhor possível. Vou fazer uma intervenção, junto com Naná e a Stomp. Depois, vou cantar com Angelique Kidjo”, comentou Maestro Forró.

O maestro atestou, ainda, que, em seguida, haverá o show da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério sob o seu comando. “Em uma parte do show, vamos homenagear os 15 anos da morte de Chico Science. A gente vai cantar três músicas dele do jeito que ele costumava fazer. Depois, vamos fazer uma releitura do Hino Nacional. A parte da introdução será de forma tradicional. Já a parte cantada vamos transformar em outros ritmos, como frevo, ciranda, côco. Vamos ‘pernambucanizar’ o hino”, revelou. Músicas de Alceu Valença e Reginaldo Rossi também vão fazer parte do repertório.

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