quarta-feira, 28 de março de 2012

Brasil tenta unir Brics contra "guerra cambial" de países ricos


O governo brasileiro tenta unir os países do Brics, que reúne também Rússia, Índia, China e África do Sul, a tomarem uma posição conjunta sobre a "guerra cambial" promovida por Estados Unidos e Europa, segundo afirmou o ministro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, em entrevista à agência Reuters.. Pimentel faz parte da comitiva brasileira, que conta também com a presidente Dilma Rousseff, na 4ª cúpula do grupo, realizada em Nova Délhi, na Índia.




De acordo com o ministro, o tema era até então tratado com cautela porque a China poderia acreditar que fosse uma crítica a suas políticas monetárias. O gigante asiático é acusado pelos EUA de manter o iuane artificialmente valorizado em relação ao dólar. "(O problema) hoje não tem relação com a China, mas com o dólar e o euro", afirmou Pimentel.



Em meio à crise financeira, os programas de estímulo dos governos desenvolvidos desprenderam uma onde de "liquidez" (facilidade de captação de dinheiro) no mercado global, que fez moedas locais como o real se valorizarem ante o dólar. Esse movimento deixa a indústria do País menos competitiva para exportar, segundo relatou Pimentel.


O ministro ainda afirmou que os cinco países do Brics têm uma visão "mais ou menos" única nessa questão e o comunicado final da cúpula deve citar a "guerra cambial". A união sobre o tema pode dar ao
Brasil e aos aliados do Brics o pano de fundo necessário para tomar medidas paliativas, como aumento de tarifas de importação.




No entanto, em um discurso pronunciado nesta quarta-feira na Universidade de Nova Délhi, onde recebeu um título de doutor honoris causa, a presidente Dilma Rousseff evitou citar uma frase na qual ataca políticas expansionistas que provocam um ''tsunami monetário'' e que levaram a uma ''guerra cambial''. O trecho constava no discurso entregue à imprensa presente no local, mas não foi citado pela presidente. Segundo o documento, essas políticas "introduziram novas e perversas formas de protecionismo no mundo".

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