domingo, 8 de abril de 2012

Fifa define gramado 'tropical' e drenagem milionária para os estádios da Copa-14

A Fifa e Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL) já definiram como serão os gramados dos estádios do Mundial. Um estudo feito pelos órgãos e enviado a todas as cidades-sede do torneio recomenda que os jogos da Copa ocorram em grama do tipo bermuda, plantada diretamente no estádio e sobre um sistema de drenagem a vácuo.
O estudo da Fifa e do COL foi concluído em fevereiro deste ano. Levou em consideração os climas de todas as cidades-sede, além de fatores como a sombra causada pela cobertura de estádios. Para os organizadores da Copa no Brasil, a grama do tipo bermuda é a melhor para o país.
Essa grama é ideal para locais de clima tropical, com sol forte, como o da maioria das cidades que receberão jogos do Mundial de 2014. Mesmo em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, onde é mais frio, também é recomendada grama bermuda. Entretanto, nesses locais, o estudo da Fifa e do COL sugere que mais sementes sejam plantadas no gramado, mesmo depois de ele ter brotado.
De acordo com o estudo, os gramados da Copa ainda devem ser de grama plantada diretamente nos estádios. A técnica de se plantar “tapetes” de grama cultivados em outros lugares e trazidos aos estádios posteriormente não deve ser usada. Essa forma de plantação, segundo os técnicos contratados pela Fifa, aumenta o risco de desníveis nos gramados e tem de ser evitada.
Para a manutenção e conservação da grama, a Fifa e o COL recomendam que os gramados da Copa sejam plantados sobre um sistema de drenagem a vácuo.
“Entre as opções de drenagem estudadas pela equipe do COL e da Fifa, o sistema de drenagem a vácuo é a melhor opção por causa de sua capacidade até quatro vezes superior de drenagem imediata, aumentando as chances de evitar o encharcamento do campo após uma chuva forte antes de uma partida”, informou o COL.
O comitê ressaltou, porém, que todas as recomendações contidas no estudo enviado às cidades-sede são somente sugestões. Apesar de a Fifa e o COL defenderem que os estádios usem o que foi sugerido, não há nenhuma obrigatoriedade sobre isso.
No Maracanã, por exemplo, o sistema de drenagem a vácuo já foi contestado pela secretária de Esporte e Lazer do Estado do Rio de Janeiro, Márcia Lins. A reforma do estádio para a Copa não prevê essa drenagem do gramado e a secretária já declarou que não a considera necessária.
Segundo Lins, a drenagem comum já daria conta de deixar o gramado do estádio em condições de jogo mesmo em caso de chuvas fortes. Além disso, consultas já mostraram que a drenagem a vácuo custa cerca de R$ 1,5 milhão a mais que a comum.
O COL rebate o argumento dizendo que a drenagem a vácuo é melhor para a conservação a longo prazo. Diz ainda que o custo do sistema representa aproximadamente de 1% do valor total da obra. A reforma do Maracanã, especificamente, está orçada em quase R$ 1 bilhão.

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