Oslo - Cerca de 40 mil noruegueses se reuniram nesta quinta-feira nos arredores do tribunal de Oslo para dar uma resposta a Anders Behring Breivik, o homem que está sendo julgado pela morte de 77 pessoas em julho passado na Noruega.
O protesto, em forma de canção a metros de onde o atirador está sendo julgado, foi uma forma de mostrar que o massacre do ano passado não alterou o caráter tolerante da Noruega, disseram os organizadores.
— Somos nós quem vencemos — afirmou o cantor folk Lillebjoern Nilsen, que puxou o canto e viu a multidão seguindo suavemente sob a chuva.
Muitos seguravam rosas sobre a cabeça, e alguns choravam, enquanto a multidão entoava “Filhos do Arco-Íris”, uma canção que exalta a sociedade multicultural e que foi citada por Breivik, durante o julgamento, como sendo uma propaganda marxista.
Nos últimos dias, Breivik tem narrado em tom desafiador como deixou um carro-bomba no centro de Oslo e em seguida matou 69 pessoas, a maioria adolescentes, em um acampamento do Partido Trabalhista nos arredores da capital. Ele alegou ter agido em legítima defesa, para proteger a sociedade norueguesa do multiculturalismo.
Houve também uma passeata que percorreu vários quarteirões até o tribunal onde Breivik está sendo julgado — e que fica perto do local onde o carro-bomba explodiu em 22 de julho, matando oito pessoas. Manifestações musicais semelhantes aconteceram em outras cidades norueguesas.
Dentro do tribunal, sobreviventes descreveram o atentado a bomba.
— Eu estava cuspindo sangue — disse Harald Foesker, que estava trabalhando no Ministério da Justiça quando a bomba de fertilizantes, com 950 quilos, explodiu do lado de fora. — Senti que era um atentado terrorista contra o prédio do governo... Pedi ajuda, mas ninguém respondeu.
Foesker contou que perdeu 80% da visão e precisou passar por cirurgias reparadoras da face, mas acrescentou que se orgulha de viver em um país que trata os réus com dignidade.
Breivik, de 33 anos, qualifica suas vítimas como traidores que mereceram morrer por abraçarem valores esquerdistas que, na sua opinião, abriram a Europa a uma lenta invasão islâmica.
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