sexta-feira, 11 de maio de 2012

SES registrou 28 mil ataques de escorpiões

Novos dados divulgados ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) acerca de acidentes provocados por animais peçonhentos dão mais um alerta para um problema enfrentado pelas grandes cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR). O estudo, que teve duração de cinco anos, e analisou os casos referentes ao período de 2007 a 2011, mostra que 78% dos 36.185 acidentes notificados foram decorrentes de escorpiões. Desse total de mais de 28 mil dos chamados acidentes escorpiônicos, nove mil ocorreram no Recife. O motivo para o alto índice, como apontou o estudo, é o saneamento precário, o desmatamento e a urbanização dessa área, problemas diariamente
 observados na Capital pernambucana e que merecem atenção das autoridades e da sociedade civil.
Dados do Ministério da Saúde mostram que aproximadamente 100 mil acidentes e 200 óbitos são registrados por ano em consequência de diferentes tipos de envenenamento. No caso dos escorpiões, a SES alerta que crianças e idosos são mais propícios a complicações que podem chegar a morte. Durante o estudo foram notificados três óbitos, na faixa etária de 2 a 7 anos.
Para evitar casos como o registrado recentemente no bairro de Maranguape, em Paulista, quando uma criança de dois anos perdeu a vida depois de picada por um escorpião, os profissionais da rede estadual de saúde já começaram a ser capacitados sobre a importância do atendimento adequado aos pacientes a fim de diminuir a incidência e gravidade dos casos. Hoje, 11 unidades de saúde, além do Hospital da Restauração (HR), estão preparadas para a assistência às vítimas e dispõem dos soros adequados e leitos de retaguarda para os casos de complicação.
Já a partir do estudo apresentado, será traçado um novo plano com as diretrizes de ação dos profissionais estaduais de saúde e das prefeituras municipais, que também deverão agir em parceria com a SES. “Nosso objetivo é nortear políticas de implementação do controle de acidentes com animais peçonhentos. Esse estudo é um retrato de nossa atual situação e o número dos acidentes por escorpiões foi muito alto”, explicou o gerente de Prevenção e Controle de Zooneses da SES, Francisco Duarte.
Mudanças nos hábitos da sociedade e reforço do trabalho das prefeituras são apontados por Duarte como forma de prevenção dos acidentes em várias comunidades da RMR. “O escorpião é um animal de difícil controle. Ele vive nos lixos, é predador da barata, e a falta de saneamento básico acaba sendo uma facilitadora. É preciso uma integração com as prefeituras e a educação da população para que tenhamos um controle. O nosso estudo mostrou que grande parte dos casos notificados acontece em comunidades com menor poder aquisitivo”, explicou Duarte.
Para a adesão da sociedade à causa, serão distribuídas pela SES cartilhas educativas. “É muito importante que a população nos ajude a notificar as ocorrências”, ressalta o gerente Francisco Duarte.

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