sábado, 19 de maio de 2012

Uma lição que vale mais que mil linhas

Quanto custa uma palavra? Será possível valorar? Para algumas pessoas o “não” custa muito caro, para outros “amor” não vale nada. Tudo muito metafórico, claro. No entanto, para o protagonista da peça “O Menino Que Vendia Palavras”, elas têm, de fato, valor comercial. Estrelada por Eduardo Moscovis, a montagem é apresentada neste fim de semana, no Teatro da Guararapes, às 17h.
A linguagem é um mundo de possibilidades inesgotáveis. Para uma criança, então, há ainda mais magia na descoberta de novos significados. Adaptado para o palco, o texto escrito por Ignácio Loyola Brandão - e vencedor do Prêmio Jabuti de melhor ficação, em 2008 - trata exatamente da percepção do valor (em vários sentidos) da comunicação. Um garoto (Pablo Sanábio) cujo pai (Eduardo Moscovis) é um homem bastante culto. É o genitor quem a criança sempre procura quando tem alguma dúvida intelectual.
Um dia, percebendo que seus amigos também tinham a curiosidade saber o significado de algumas palavras, o menino (um capitalista precoce?) decide lucrar em cima dos conhecimentos do pai. Então, ele passa a negociar a solução das dúvidas semânticas de seus colegas. O preço é variado: dependendo da dificuldade, uma resposta pode valer um sorvete, um chiclete - o importante é lucrar.
Com o intuito de incentivar o hábito da leitura, a peça parte do princípio de que para as palavras não há limite. Muito menos para a imaginação. Procurando trabalhar essas ideias sem subestimar o público infanto-juvenial, além do texto, a montagem também utiliza de recursos visualmente atrativos para acentuar a ideia do prazer da leitura. A cenografia, por exemplo, é composta por uma espécie de “biblioteca”, com cerca de 3000 livros. A peça promete encantar ainda pela trilha sonora e outros elemen­tos, como os infláveis performáticos assinados pelo artista plástico Franklin Cassaro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário