"Eu sou carioca, favelado, acha que eu ia pipocar na Bombonera? Eu não tenho medo de ninguém", disse o atacante Emerson após o duelo. Ele foi um dos destaques da equipe, após sofrer pontapés de rivais e quase ir às vias de fato com Erviti, após discussão ocorrida no meio de campo. A rusga, aliás, foi um reflexo do que foi a partida em Buenos Aires.
O lendário caldeirão da Bombonera começou por volta das 21h, quando o Corinthians subiu ao gramado para aquecer. Os 45 mil xeneizes presentes no estádio começaram a gritar, sem parar, em gesto que só se encerraria minutos após o apito final do árbitro. Assim como fizeram na Vila Belmiro, diante do "inferno" implantado pelos santistas, os corintianos sentiram o clima místico do estádio antes de a bola rolar.
Em campo, após apito inicial, o Corinthians manteve sua postura defensiva que rendeu resultados ao longo de toda a competição. Bem postado atrás, segurava as investidas boquenses como podia, mas com uma diferença: ao contrário do que sempre faz - desarmar e sair tocando a bola com tranquilidade - os jogadores brasileiros estavam isolando as bolas ofensivas rivais como podiam.
E os nervos seguiram nervosos ao longo dos 45 minutos iniciais. Caçado, Emerson discutiu com Erviti mais uma vez, se estranhou com Riquelme e ainda acusou após a partida os argentinos de "cusparadas", não sem antes ofender o lateral rival Clemente Rodríguez: "babaca". O primeiro tempo se esgotou, e o Boca Juniors sentiu o forte esquema tático de Tite.
Mas o caldeirão da Bombonera funcionou no segundo tempo e empurrou o Boca para o gol. Em jogada pela esquerda, a bola sobrou para Santiago Silva cabecear, Chicão salvar em cima da linha com a mão e Roncaglia completar a sobra para o gol. O estádio veio abaixo. A torcida corintiana também, mas de outro jeito: passou a atirar sinalizadores no gramado, segurando o ímpeto do Boca.
Assim, o Corinthians teve tempo para respirar. Que o diga Romarinho - aposta de Tite para o banco na vaga de Willian - que teve 78 minutos para analisar a partida, ignorar a pressão das arquibancadas e entrar em campo pronto para aprontar. Não deu outra: em seu primeiro toque na bola, o garoto encobriu o goleiro Orión e deixou tudo igual, aos 40min do segundo tempo. Empate com sabor de vitória.
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