quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Policiais civis grevistas têm pontos cortados

Como havia prometido o Governo do Estado desde que a Justiça decretou a ilegalidade da greve dos policiais civis, no último dia 24, os pontos dos funcionários que aderiram ao movimento foram cortados. Nesta terça-feira (31), quando foi efetuado o pagamento da categoria, 451 servidores não viram a cor do dinheiro. De acordo com a Secretaria de Administração (SAD), esses servidores só receberão no próximo dia 7, quando as faltas forem computadas e os descontos debitados. Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), Cláudio Marinho, essa atitude vai servir como injeção de ânimo para os profissionais continuarem a mobilização.
O sindicalista disse também que os servidores estão indignados com a decisão do Estado porque muitos que tiveram o ponto cortado estavam trabalhando normalmente. “Não há critério para informar à SAD quem aderiu ao movimento. Por isso, vamos entrar com um mandado de segurança para que o dinheiro retorne à conta dos servidores e para que os responsáveis pelos descontos sejam punidos”, disse Marinho. Por outro lado, o chefe da Polícia Civil, Osvaldo Morais, garante que 90% dos policiais estão trabalhando normalmente. “Continuamos desenvolvendo nossas atividades. Inclusive, este mês está sendo o melhor desde a implantação do Pacto pela Vida”, disse.
Osvaldo Morais explicou ainda que os plantões das delegacias da Capital, Região Metropolitana e do Interior do Estado devem funcionar normalmente. Caso o serviço não seja prestado, a orientação é que a população ligue para a ouvidoria (0800.081.5001 ou 3183.5298) ou procure a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) para registrar a queixa. “Dobramos o número de pessoal na corregedoria justamente para atender à demanda”, disse. O gestor lembrou também que, se o policial tiver 30 faltas seguidas, um processo administrativo será aberto e o servidor demitido, como prevê a Lei 6.425 (Estatuto dos Policiais Civis de Pernambuco).
Para esta quarta-feira (1°) está marcada um assembleia dos policiais civis. De acordo com o Sinpol-PE, a manifestação deve acontecer após a passeata da categoria, que sairá às 16h da rua Odorico Mendes, em frente ao Instituto de Criminalística (IC), no bairro de Campo Grande. A concentração está marcada para as 14h. A caminhada vai seguir até o Palácio do Governo, que está temporariamente sediado no Centro de Convenções.
Porém, para tentar evitar que o movimento aconteça, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) solicitou à Polícia Militar, que seja disponibilizada força policial necessária. Conforme nota enviada pela assessoria de Imprensa do TJPE, o desembargador Silvio de Arruda Beltrão decidiu “suspender o movimento paredista nos autos da ação ordinária de obrigação de fazer com pedido de declaração incidental de ilegalidade e abusividade de movimento grevista, proposta pelo Governo do Estado”.
EXPRESSO CIDADÃO
Em relação à adesão dos peritos papiloscopistas à greve, o presidente do Sinpol-PE, Cláudio Marinho, disse que cerca de 90% deles estão entregando suas gratificações. “Ninguém quer mais ficar trabalhando nos Expressos Cidadão, em resposta à postura de intransigência e descaso do Governo”. O sindicalista informou ainda que uma comunicação interna, que foi entregue ontem na Chefia de Polícia, apresentou as assinaturas dos profissionais que colocaram à disposição suas gratificações. “A partir de amanhã (hoje) eles não devem trabalhar no Expresso”, explicou Marinho. A Secretaria de Administração garante que o atendimento à população está sendo mantido.

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