quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima começam a deixar canteiro de obras


Os trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) decidiram fazer mais uma paralisação nas obras do empreendimento. Isso porque eles não aceitaram a negociação sobre o abono dos 15 dias de greve dos cerca de 50 mil trabalhadores. No início da manhã desta quinta-feira, a movimentação no entorno dos empreendimentos  ficou tensa. Os operários começam a deixar o canteiro de obras gerando um tumulto. As empresas não disponibilizaram ônibus para retorno para a casa. 
Os trabalhadores que já saíram dizem que dentro do canteiro de obras está tendo quebradeira e uma confusão. A categoria alega que o Sintepav-PE não conversou com os trabalhadores antes da decisão e que não irão abrir mão do abono completo dos dias parados. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE) haverá uma assembleia extraordinária para definir os rumos da paralisação, mas a categoria alega não saber da existência dessa reunião. 
Os representantes dos consórcios e empregados fecharam um acordo para que 70% do período parado seja abonado (sem descontos) e 30% sejam compensados.
“Já no próximo sábado (18) haveria trabalho normal, que vai valer por dois dias da greve, e as horas restantes serão pagas pelo trabalhador na rescisão do contrato”, explicou a advogada do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura (Sinicon), Margareth Rubem.
A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE) destacou que o desconto na rescisão só vai contemplar 32 horas secas, sem repercussão, ou seja, sem outros descontos do dia parado, como alimentação e FGTS. E só em casos de demissão até 31 de dezembro deste ano. Depois dessa data, nada poderá ser descontado.
Ainda segundo a advogada do Sinicon, o primeiro impasse que levou à paralisação, que diz respeito ao dissídio coletivo que fechou a Campanha Salarial 2012-2013 com reajuste de 10,5%, entre outros pontos, é considerado resolvido e finalizado.
Sobre a greve dos trabalhadores
O movimento de paralisação começou no fim de julho, quando o Sintepav-PE apresentou a pauta da Campanha Salarial. Foi colocado em votação na assembleia, entre outros pontos, reajuste de 10% e equiparação dos salários por cargo, nivelado pelo mais alto valor pago.
A proposta não foi aceita pela categoria. O presidente do sindicato, Aldo Amaral, repassou, por telefone, a rejeição da categoria para os patrões, que prometeram um posicionamento. Houve redução do quantitativo de trabalhadores na assembleia e um retorno da classe patronal com proposta de 10,5% de reajuste, colocada imediatamente em votação e aprovada.
Os trabalhadores questionaram a aprovação e protestaram contra a postura do sindicato, por ter feito votação sem presença completa da categoria e entrando imediatamente em paralisação. Houve manifestação violenta em frente à Rnest. Sete ônibus foram queimados, duas pessoas foram presas e a Polícia Militar usou balas de borracha para conter o conflito.

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