Dois dos nomes cotados para terem papéis de destaque na disputa pelo
Palácio do Planalto em 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o
presidente nacional do PSB, governador Eduardo Campos (PE), participaram
juntos de ato de campanha em Minas Gerais nesta sexta-feira (19), mas
evitaram qualquer referência a uma possível aliança para a corrida
presidencial. Pelo contrário, reforçaram parcerias nas eleições
municipais, mas o tucano fez a ressalva da "compreensão das
circunstâncias do outro", enquanto Campos salientou que alianças locais
significam uma renúncia "às posições em nível nacional".
Aécio é o
nome mais cotado do PSDB para a eleição presidencial de 2014 e já
manifestou interesse em uma aliança com o socialista, que integra a base
do governo da Presidente Dilma Rousseff e é visto como figura essencial
em uma possível coligação pela reeleição da petista. Mas PSB e PSDB
também mantêm alianças locais, como a que resultou na reeleição em
primeiro turno do prefeito de Belo Horizonte, o socialista Marcio
Lacerda, e, em 2010, na eleição do governador de Minas, o tucano Antonio
Anastasia.
Nesta sexta-feira, os dois participaram de ato de
campanha do deputado estadual Antonio Lerin (PSB), que chegou ao segundo
turno na disputa pela prefeitura de Uberaba, no Triângulo Mineiro,
contra o deputado federal Paulo Piau (PMDB). Segundo Campos, porém, a
presença dos dois no evento tem significado "para 2012". "A eleição nem
terminou ainda. Falar dessas coisas termina criando problema, mais para
Aécio do que para mim", disse, referindo-se a 2014, em meio a risos
inclusive do tucano.
De acordo com o governador, as parcerias
locais ocorrem "com muita naturalidade" porque integrantes das duas
legendas estiveram juntos "em momentos bonitos da vida brasileira", como
a redemocratização. "Estivemos separados nos últimos anos nas lutas
políticas brasileiras, mas, quando o interesse do País foi colocado na
pauta, a gente sempre esteve junto. Isso é da maturidade democrática.
Não faz a gente renunciar às nossas diferenças nem deixar as posições
que temos a nível nacional", observou Campos, que negou a intenção de
rodar o Brasil em uma espécie de pré-campanha. "Quem está pelo País todo
é o Aécio", declarou, mais uma vez entre risos de todos.
Aécio
concordou com a aproximação em torno das "grandes questões nacionais",
mas ressaltou que essas alianças ocorrem com "cada um compreendendo as
circunstâncias do outro". "Política é isso. Você compreender as
circunstâncias do seu amigo, do seu companheiro. Eduardo participa hoje
com seu partido da base de sustentação do governo da presidente Dilma.
Somos a oposição. E cada um cumpre o seu papel", concluiu
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