terça-feira, 30 de outubro de 2012

“Leilão da Usina Catende não terá sucesso pela 4º vez”, diz AFCP

A planta industrial da unidade e o Engenho Catende (96,2 hectares) vai a leilão pela quarta vez nesta terça-feira (30), às 15h, no Fórum Rodolfo Aureliano. Também serão leiloados o grupo de quatro geradores, veículos, tratores e as máquinas da Usina. Entretanto, diante do valor mínimo do lance estabelecido pela Justiça, R$ 39 milhões, a venda não terá êxito novamente, uma vez que, conforme diz a Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), o valor está acima do preço de mercado, frente à crise vivida pelo setor sucroenergético nacional.

“Infelizmente, o leilão não terá sucesso pela 4º vez”, diz o presidente da AFCP, Alexandre Andrade Lima. Ele também lamenta que o juiz Sílvio Romero Beltrão, da 18ª Vara Cível do Recife, não tenha aprovado a proposta de adjudicação apresentada por parte dos credores trabalhistas, após o insucesso da terceira tentativa do leilão em agosto. A decisão foi motivada pelo fato de o Banco do Brasil, maior credor da massa falida, não ter concordado com a proposta dos trabalhadores. Na avaliação do dirigente, a adjudicação seria a melhor proposta porque contava com o apoio do governo Estadual e Federal.

Caso se realiza a previsão da AFCP, a Usina pode ainda ser arrendada por grupos interessados. Andrade Lima acredita que esta pode ser uma saída interessante para o problema, no entanto, é preciso evitar que a unidade seja arrematada por grupos ou pessoas que já administraram mal a massa falida. “A unidade industrial é fundamental para a economia da Mata Sul pernambucana, não podemos tratar o caso de forma que ao invés de resolver o problema, crie outros”, diz Lima. 

Para ilustrar a irresponsabilidade da atual direção da massa falida, por exemplo, representada pelo síndico Carlos Ferreira, cerca de 300 produtores de cana deixarão de receber a subvenção federal no valor de R$ 5 por cada tonelada processada. A gestão não emitiu a nota fiscal de entrada do fornecimento da cana na safra 2010-11 aos órgãos de classe, impossibilitando a liberação do benefício. O caso já foi denunciado no Ministério Público e ao juiz Sílvio Romero Beltrão.

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