quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Médicos protestam contra planos. Na próxima semana, eles vão suspender atendimentos

Se é verdade que o que vale é a intenção, o ato público dos médicos na manhã desta quarta-feira (10) contra abusos cometidos por planos de saúde cumpriu o prometido. Com dois carros de som, faixas e panfletos, eles protestaram. Mas a mobilização foi pequena no cruzamento das ruas Francisco Gomes com Antônio Gomes de Freitas – ao lado do Hospital Hope – na Ilha do Leite. A movimentação começou por volta das 9h.

Os profissionais reivindicam reajustes nos honorários, além da definição de critérios, índices e periodicidade para os aumentos. Também pedem o fim da interferência dos planos nos atos médicos. Existem hoje 371.788 médicos atuando no Brasil, segundo o último censo do Conselho Federal de Medicina (CFM). Destes, cerca de 160 mil atendem a planos de saúde. Em Pernambuco são 14 mil médicos e aproximadamente um terço é credenciado a algum plano.

“Aqui em Pernambuco, optamos por duas semanas de protesto. Hoje, estamos fazendo este ato público para alertar a população. Na próxima semana, vamos suspender os atendimentos aos clientes dos planos de saúde que não quiseram negociar a CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos)”, explicou Mário Lins, presidente da Comissão de Honorários Médicos de Pernambuco e diretor do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe).
Entre a segunda (15) e a sexta (19) haverá paralisação no atendimento eletivo (com consulta marcada) de sete planos: Hapvida, Sul América, Golden Cross, Intermédica, Norclínicas, Notre Dame e Ideal Saúde. A suspensão vale tanto para as consultas quanto para os exames agendados. A recomendação é que os clientes desses planos agendem uma nova data. Emergências e urgências vão funcionar normalmente. Também não serão suspensos os serviços de hemodiálise, rádio e quimioterapia.

Será a primeira vez em que os médicos paralisam o atendimento por mais de um dia. De acordo com Mário Lins, entre os planos que terão os serviços eletivos suspensos na próxima semana, Golden Cross e Sul América entraram em contato, ontem (9), para negociar. O protesto dos médicos é nacional – as manifestações devem se estender até o próximo dia 25. Mas os planos de saúde e o período da suspensão variam de estado para estado.

Em nota ao Diario, a Hapvida Saúde informou que “confia no compromisso da classe médica com o atendimento de qualidade à população pernambucana” e que “tranquiliza os seus 260 mil usuários no estado, de que não haverá descontinuidade no atendimento”. Os associados da operadora dispõem atualmente de cinco hospitais, 14 clínicas, uma unidade da MedPrev, duas unidades de fisioterapia, uma central de diagnóstico por imagem e três laboratórios, com oito postos de coleta.

De acordo com a empresa, “a estrutura de Pernambuco soma-se à maior rede própria de atendimento do Norte e Nordeste e a segunda maior do Brasil”. O Sistema Hapvida atende 2 milhões de clientes em todo o território nacional, somando-se a isso o trabalho de 13 mil colaboradores.

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