terça-feira, 23 de outubro de 2012

Obama supera Romney em debate centrado em política externa


  O presidente dos Estados Unidos e candidato democrata à reeleição, Barack Obama, superou nesta segunda-feira (22) o seu rival republicano, Mitt Romney, no terceiro e último debate entre os dois, que desta vez foi centrado em política externa.
Obama, que partia com vantagem por sua experiência de Governo, se mostrou firme em seus ataques a Romney, a quem descreveu como um político de ideias em transformação, carente da consistência necessária para comandar o país.
"Sei que o senhor não teve a oportunidade de executar de fato uma política externa, mas sempre que deu uma opinião se equivocou", avaliou Obama, que lembrou que seu adversário defendeu a invasão do Iraque apesar de o país não ter armas de destruição em massa.
O presidente também apresentou seu oponente como um político que vive no século passado.
"Governador, quando se trata de política externa, o senhor parece querer importar as políticas dos anos 80", disse Obama, em referência aos comentários recentes de Romney indicando a Rússia como uma grande ameaça.
Diante das advertências feitas por Romney sobre os iminentes cortes no orçamento da Defesa, o que, segundo ele, porá em risco a superioridade militar americana, Obama disse que "talvez" Romney não tenha passado tempo suficiente tentando entender como funciona o Exército.
"O senhor disse que temos menos navios que em 1916. Também temos menos cavalos e baionetas, porque a natureza das nossas Forças Armas mudou", ironizou Obama, em comentários que foram recebidos com risos na sala de imprensa da Universidade Lynn, na Flórida.
Romney, por sua vez, acusou o presidente de não agir com rapidez para aplacar a violência em países como a Síria.
"Passou mais de um ano desde que o senhor disse a Bashar al-Assad que ele tinha que entregar o poder e desde então morreram 30 mil civis na Síria", afirmou o ex-governador de Massachusetts.
"Deveríamos assumir a liderança" na Síria, disse Romney.
O presidente explicou que os Estados Unidos coordenaram os esforços internacionais para solucionar o problema, assim como o apoio à oposição.
Outra disputa acalorada aconteceu quando os dois aspirantes à Presidência abordaram as ambições nucleares do Irã e a aliança entre EUA e Israel.
O ex-governador disse que Obama demonstra fraqueza em sua forma de lidar com as ambições de Teerã e prometeu que, se chegar à Casa Branca, promoverá sanções mais severas.
O presidente, no entanto, foi capaz de defender a eficácia das sanções iniciadas, ao sustentar que causaram uma desvalorização de 80% na divisa iraniana e uma queda da produção petrolífera ao nível de 20 anos atrás.
Obama, que foi acusado de fraquejar em seu apoio a Israel, foi taxativo ao afirmar que estará ao lado de Tel Aviv em caso de ataque do Irã, mas ressaltou que a intervenção militar deve ser "o último recurso, não o primeiro".
"Não vamos permitir que o Irã se envolva constantemente em negociações que não vão a lugar algum", indicou Obama. "Se não cumprirem as demandas da comunidade internacional, tomaremos todos os passos necessários para nos assegurar de que não têm uma arma nuclear".
Obama e Romney concordaram que a China poderá ser um potencial parceiro se seguir as regras do jogo.
As primeiras pesquisas feitas pela imprensa americana apontam Obama como vencedor do terceiro e último debate presidencial.
A enquete da cadeia "CNN", que tem uma margem de erro de 4,5%, assinala que 48% dos telespectadores que assistiram ao debate preferiram o desempenho de Obama, enquanto 40% enxergaram vitória de Romney.
Já a pesquisa feita pela emissora "CBS", que ouviu 521 eleitores indecisos, apontam superioridade de Obama para 53% deles, contra 23% que preferiram Romney e 24% que viram empate entre os dois candidatos. A margem de erro desta pesquisa é de quatro pontos percentuais.
Como de costume, as duas campanhas proclamaram seus candidatos como os vencedores do último debate.
Os porta-vozes de Obama disseram que o presidente se mostrou um líder firme e contundente, preparado para enfrentar os desafios de um mundo complexo, enquanto Romney esteve indeciso, incerto.
Já os representantes do republicano disseram que Romney foi "sólido e muito presidencial", e Obama se viu "pequeno" do seu lado.

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