Um planeta feito de diamantes pode não ser apenas fruto da imaginação dos autores de ficção científica. Se trata do planeta 55 Cancri e, que gira à volta de uma estrela visivel a olho nu (a estrela 55 Cancri) na constelação de Câncer, a uma distância de 40 anos-luz da Terra.
Um grupo de astrônomos dos EUA e da França demonstrou, em um trabalho conjunto, que um terço do planeta é constituído por diamantes puros, podendo até estes ser encontrados na sua superfície.
Já há cerca de 8 anos que os cientístas tentavam determinar a composição do planeta, ou seja, desde que ele foi descoberto. Gradualmente se esclareceu que ele era sólido, apesar de a sua estrutura não ser do tipo terrestre. A órbita do 55 Cancri e passa muito perto da sua estrela e, por causa disso, a temperatura na superfície do planeta é de cerca de 2000 graus Celsius. Aí a água não podia simplesmente existir, diz o investigador do Instituto de Astronomia Shternberg Vladimir Surdin:
“Nas vezes em que o planeta passa pela frente da sua estrela, obscurecendo-a um pouco, os astrônomos podem medi-lo. As suas dimensões e massa indicam a composição do planeta. Se verificou que o planeta é composto por carbono quase puro. Com uma pressão elevada como a que reina no interior de qualquer planeta, o carbono se transforma em diamantes.”
Na opinião dos autores do trabalho, existe toda uma classe de sistemas planetários com base no carbono. O tema é desenvolvido pelo investigador principal do Instituto de Astronomia da Academia das Ciências da Rússia, Dmitri Vibe:
“Até meados dos anos 90, nós pensávamos que um sistema planetário é aquilo que existe junto a um Sol. Mais tarde foram descobertos outros planetas que, pelas suas características orbitais eram muito diferentes do Sistema Solar, mas que pela sua composição química lhe estão, provavelmente, associados. Isso alargou a nossa perceção de como um sistema planetário pode ser. Além disso, a própria composição química pode diferir em muito, assim como as condições para o aparecimento da vida.”
Claro que em planetas incandescentes como o 55 Cancri e será praticamente impensável encontrar vida. Contudo, devem existir planetas carbônicos mais frios e, à medida que a Galáxia envelhece, a sua quantidade irá aumentar permanentemente. Foi essa a conclusão de um outro grupo de astrofísicos dos EUA. Ela se baseia no fato de, à medida que vai sendo queimado o combustível termonuclear leve, ou seja, o hidrogênio e o hélio, cada nova geração de estrelas irá produzir elementos cada vez mais pesados. Em perspetiva, os seus planetas irão nascer só com base na nuvem carbônica. Todo o Universo irá brilhar com os seus diamantes.
Porém, se existem realmente diamantes no 55 Cancri e é por enquanto impossível de verificar. Uma nave espacial moderna só lá chegaria dentro de 1,2 milhões de anos. Por isso as demonstrações dos cientistas ficarão apenas como uma bela hipótese.
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