A manhã após a rebelião na Fundação de Atendimento Socieducativo
(Funase) do Cabo de Santo Agostinho desta sexta-feira (16), na Região
Metropolitana do Recife (RMR), é tenso. Isso porque houve um início de
tumulto nos pavilhões quatro e cinco da instituição. Segundo assessoria,
a situação já está controlada. Além disso, algumas mães estão deste o
fim do tumulto saber notícias dos filhos, mas não tiveram uma posição da
Funase. Só por volta das 10h, uma funcionária do órgão recolheu o nome
dos internos para procurar o estado de saúde deles.
Na frente do prédio, Adriana Mercês Gomes, de 37 anos, é uma das mães
mais preocupadas com o filho, que está no local há dois anos por porte
ilegal de armas. “A Funase do Cabo é a mais perigosa”, afirmou. Ela
disse não saber o motivo da rebelião, mas acredita que os jovens estejam
sofrendo maus tratos. “Eu tenho medo de perder o meu filho. Quero
vê-lo. Ele errou, mas eu amo ele”, conclui.
No início da manhã, uma das genitoras foi detida. Segundo
testemunhas, ela sofre de problemas mentais e por não saber informações
sobre o filho, ela tirou a roupa. Além disso, os boatos são de que
alguns internos estão sendo transferidos para outras unidades da Funase e
um jovem teria sido socorrido com um ferimento na cabeça. As
informações ainda não foram confirmadas pela Funase.
A terceira rebelião deste ano na Funase – a segunda na unidade do
Cabo – teve início por volta das 16h, quando internos do pavilhão 1
iniciaram um tumulto que atingiu todas as áreas da unidade. Alexandre de
Melo Camilo, de 20 anos, conhecido como “Chaga”, foi assassinado. A
Polícia Militar (PM) foi acionada e enviou um efetivo de cerca de 70
policiais para conter a manifestação dos jovens.
Uma equipe da Rádio Patrulha (RP) foi a primeira a chegar ao local e
iniciou os trabalhos de negociação. Em seguida, às 17h, o Batalhão de
Choque (BPChoque) se posicionou em frente à unidade. Em cerca de 20
minutos, os PMs invadiram o espaço e, juntamente com os policiais da RP e
da Companhia Independente de Operações Especiais (Cioe), contiveram a
rebelião.
No início deste ano, a mesma unidade passou por uma rebelião que deixou
três mortos e três feridos. Uma das vítimas fatais teve a cabeça
separada do corpo. A Funase do Cabo de Santo Agostinho tem capacidade
para acolher 166 socioeducandos, mas atualmente abriga 338 internos.
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