O
primeiro-ministro de Mali, Cheick Modibo Diarra, anunciou na madrugada
desta terça-feira (11) sua renúncia e a de sua equipe de Governo, em uma
breve mensagem divulgada pela televisão nacional ("ORTV") poucas horas
após ter sido detido por militares.
Visivelmente tenso, Diarra, designado à liderança do Executivo pelo
presidente malinês, Dioncounda Traoré, em 17 de abril, se limitou a
citar a atual crise que assola o país antes de entregar o cargo.
O até então primeiro-ministro, que já se encontra novamente em sua
residência, desejou boa sorte ao próximo Governo e não deu nenhuma
explicação sobre sua detenção.
Diarra foi detido por 20 militares liderados por Amado Haja Sanogo,
que em 22 de março derrubou o então presidente, Amado Tumani Turé, e que
mantém uma grande influência nos assuntos do país.
Uma fonte do organismo de Rádio e Televisão de Mali (ORTM) assegurou à
Efe que na tarde desta segunda-feira um grupo de militares invadiu suas
instalações e impediu a difusão de declarações de Diarra.
Mali, cujo norte do país está tomado por grupos rebeldes desde março,
está imerso em uma complicada transição política rumo à democracia
depois que os militares golpistas cederam perante a pressão da
Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) para
favorecer o retorno da ordem constitucional.
Traoré, presidente do Parlamento durante a gestão de Haja Sanogo,
recebeu a incumbência de dirigir a transição política para a restauração
da ordem constitucional que deverá desembocar em eleições legislativas e
presidenciais.
Essa situação se produz paralelamente à urgência demonstrada por
vários países, entre eles os membros da Cedeao, a França e o próprio
Mali, para que a ONU dê sinal verde ao plano elaborado por Mali e pela
Cedeao para enviar 3.300 soldados com o objetivo de recuperar o controle
do norte do país.

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