O novo regime de tributos para o setor automotivo entrou em vigor há
duas semanas sem dois aspectos principais: o planejado pacote de
incentivo aos fabricantes de autopeças e um sistema de rastreamento para
certificar que os componentes usados nos veículos nacionais foram
efetivamente fabricados no Brasil.
Na avaliação do governo, no entanto, a ausência dessas peças não
compromete o regime, em parte porque o mercado já se antecipou ao
problema e por medidas que serão anunciadas nas próximas semanas.
Batizado de Inovar-Auto, o regime significa uma lista de exigências
estatais para as montadoras escaparem da sobretaxa de 30 pontos
porcentuais criada em 2011 para barrar a entrada de carros importados no
País. Para isso, as montadoras têm de comprar autopeças locais,
investir em pesquisa e aumentar a eficiência energética dos automóveis.
Até 2017, por exemplo, um carro a gasolina terá de rodar 17 quilômetros
por litro de combustível.
Como um dos princípios do regime é aumentar o conteúdo nacional nos
veículos “made in Brazil”, o governo pretendia baratear autopeças e
outros equipamentos. Mas a Receita Federal resistiu a cortes de impostos
para os fabricantes, por questões orçamentárias - não haveria dinheiro
suficiente no Orçamento - e técnicas, já que o Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) é cobrado do carro pronto, e não na cadeia.
A saída será ajudar diretamente os fabricantes de autopeças, via
consultoria e dinheiro, diz a secretária de Desenvolvimento da Produção
do Ministério do Desenvolvimento, Heloísa Menezes. “O início dos
mecanismos de estímulo deve gerar condições para, se não reduzir, ao
menos manter o preço do carro no patamar atual.”
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