segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Seis filmes vencedores do Oscar estão em cartaz no Recife

Veja quais são os filmes premiados ao Oscar que estão em cartaz na Região Metropolitana do Recife.Argo, ganhador do prêmio de melhor filme, já saiu de cartaz, assim como As aventuras de Pi (vencedor em quatro categorias).
LINCOLN - Vencedor de 2 Oscars: Melhor ator (Daniel Day-Lewis) e Direção de Arte (desenho de produção)Steven Spielberg, o cineasta mais famoso de todos os tempos, retrata aquele que pode ser considerado o mais marcante presidente norte-americano da história em Lincoln. No papel de Abraham Lincoln, Daniel Day-Lewis oferece uma contribuição histórica ao incorporar o personagem com impressionantes detalhes nos gestos, na fisionomia, no porte, no tom de voz e na oratória. Sally Field e Tommy Lee Jones (beneficiado por uma comovente revelação final), nos papéis coadjuvantes, também engrandecem o resultado. A trilha sonora de John Williams e a edição de imagens, que intercala momentos íntimos e públicos, também merecem reconhecimento. Lincoln é formado principalmente por cenas de diálogos e negociações entre políticos. Não é uma cinebiografia com tons épicos, mas a reconstituição dos bastidores de um trecho específico da vida do presidente americano na época da aprovação da emenda que pôs fim à escravidão de negros nos Estados Unidos e à Guerra da Secessão. Steven Spielberg optou por um tom intimista, de ambiente fechados, com mais ênfase na dramaturgia do que nas cenas espetaculares.
OS MISERÁVEIS - Vencedor de 3 Oscars: Melhor atriz coadjuvante, mixagem e maquiagemEscrito pelo francês Victor Hugo em 1862, Os miseráveis foi transformado em um espetáculo musical de sucesso na Broadway, que ganhou uma versão cinematográfica. A direção é de Tom Hooper, que venceu os Oscars de melhor direção e melhor filme com O discurso do rei. Apoteótico nas atuações do elenco e no visual, o filme lembra um desenho animado da Disney, mas consegue fazer o mais importante: transmitir a essência humanista do livro de Victor Hugo. Anne Hathaway emagreceu, cortou os cabelos e aparece com uma maquiagem produzida para provocar compaixão por sua personagem, uma trabalhadora injustiçada. A opção pelo formato musical, com todos os diálogos cantados, enfatiza o lado mais sentimental da obra original, situada no romantismo. Os personagens são movidos por suas paixões, seja pelo país ou pelas pessoas amadas. Em um mundo contemporâneo cada vez mais frio nas relações humanas, essa ênfase faz o filme recuperar os ideais românticos.
DJANGO LIVRE - Vencedor de 2 Oscars: Melhor roteiro e melhor ator coadjuvante (Christoph Waltz)Indicado em 5 categorias, o filme de Quentin Tarantino é o maior sucesso de bilheteria do cineasta. Um tema histórico (a escravidão do negros, retratada em forma de faroeste) é explorado em tons épicos. Mesmo com todas as piadas e o escracho que atravessam a narrativa, o filme capricha nas paisagens arrebatadoras, no figurino sofisticado e em uma reconstituição de época ao mesmo tempo rigorosa e estilosa. O roteiro associa ótimos diálogos a uma trama cheia de reviravoltas e truques, além de personagens bem construídos entre a caricatura e a profundidade. A violência, como em todos os filmes de Tarantino, é tão exagerada que fica cartunesca e coreográfica.
AMOR - Vencedor de 1 Oscar: melhor filme estrangeiroGanhador da Palma de Ouro no Festival de Cannes, Amor concorreu nas categorias de melhor filme e também de melhor filme estrangeiro, uma conquista rara no Oscar. Emmanuelle Riva merecaia o prêmio de melhor atriz, pois suas concorrentes não chegam nem perto de sua interpretação de uma mulher que sofre com doenças da velhice. Praticamente todo ambientado em um apartamento, é um filme que pode mexer profundamente com as emoções de qualquer público, acima de preconceitos contra o cinema europeu, mesmo com os momentos de dor que algumas cenas proporcionam. Com uma obra impiedosa em sua visão sobre o ser humano, Haneke é um dos cineastas mais consagrados da atualidade e conseguiu vencer em Cannes duas vezes em menos de cinco anos (a anterior foi A fita branca, de 2009).
O LADO BOM DA VIDA - Vencedor de 1 Oscar: Melhor atriz (Jennifer Lawrence)Todos os elementos que um produto hollywoodiano precisa para fazer sucesso segundo as mais previsíveis lógicas de mercado estão presentes em O lado bom da vida. Seu diferencial está justamente em uma coisa que filmes de Hollywood não costumam apresentar: personagens que parecem gente de verdade. Independente do número de prêmios conquistados, o filme já conseguiu um feito histórico no Oscar ao ser indicado ao mesmo tempo nas quatro categorias de atuação: melhor ator (Bradley Cooper), melhor atriz (Jennifer Lawrence, considerada favorita e vencedora do Globo de Ouro), melhor ator coadjuvante (Robert De Niro) e melhor atriz coadjuvante (Jacki Weaver). Isso não acontecia há mais de 30 anos. Um dos grandes responsáveis por essa verossimilhança entre a dramatização e a vida real é cineasta David O. Russel, indicado ao Oscar de melhor direção, que já havia concorrido com O vencedor
A HORA MAIS ESCURA - Vencedor de 1 Oscar: Melhor edição de somKathryn Bigelow tornou-se a primeira mulher a ganhar o Oscar de melhor direção com Guerra ao Terror, que também venceu o prêmio de melhor filme em 2011 e retratava o ponto de vista íntimo de um soldado americano no Oriente Médio. Com A hora mais escura, a cineasta tenta ir ainda mais longe ao narrar os acontecimentos em torno do assassinato de Osama Bin Laden, um dos fatos históricos mais marcantes do mundo nos últimos anos. Outro ponto a seu favor é ter, desta vez, uma protagonista feminina, interpretada por Jessica Chastain. O filme tem a coragem de denunciar alguns métodos secretos do exército norte-americano e foi acusado de vazar informações sigilosas. É o tipo de obra que dialoga diretamente com a realidade contemporânea. O acabamento técnico também é de alto nível.

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