O jornal informa, com base em dados do Tesouro Nacional, que os repasses voluntários caíram de R$ 994 milhões em 2010, quando o ex-presidente Lula vivia uma lua de mel com o governador, para R$ 318 milhões em 2011. Em 2012, mais uma queda, com repasses de apenas R$ 219 milhões.
Os números do Tesouro mostram também que a trajetória de crescimento dos repasses para Pernambuco foi interrompida pela presidente Dilma Rousseff (PT). Diante da repercussão da notícia, em meio ao “embate” PT-PSB já com vistas à sucessão presidencial de 2014, Campos determinou que seus secretários façam um levantamento de tudo que o governo do Estado recebe hoje da gestão Dilma, incluindo os recursos obrigatórios, ou seja, aqueles que são frutos de fundos, parcerias e convênios, como é o caso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Está sendo esperado para hoje um posicionamento oficial do Palácio. Ontem, o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Fred Amâncio evitou atender a imprensa para falar sobre o assunto. Campos quer números que apontem que, independentemente do percentual repassado voluntariamente pela União, os montantes provenientes de parcerias são suficientes para que não haja interrupção de projetos, o que poderia levar seu governo a “perder 2013”, alerta que ele vem fazendo cotidianamente quando fala do desempenho da economia brasileira.
Na reportagem do jornal paulista, a justificativa para a redução do repasse voluntário é a pré-candidatura do governador à Presidência. Apesar de evitar tratar sua postulação oficialmente, Eduardo tem atuado nos bastidores com costuras políticas diárias. Semanalmente, tem orquestrado pautas em Brasília, onde costuma fazer reuniões e articulações com lideranças de outros partidos, inclusive o PSDB.
Por meio da assessoria, o governador negou problemas com a transferências de recursos do governo federal. "Pelo contrário, em 2012 recebemos exatos R$ 1,011 bilhão", afirmou Eduardo, reconhecendo como único desconforto na relação entre Pernambuco e a União a questão da retirada da autonomia do Porto de Suape, através da Medida Provisória 595. "E, mesmo neste caso, temos encontrado a abertura necessária para negociar uma solução de consenso”, observou.
O governador também classificou como "equivocada" a interpretação do jornal. Argumenta que boa parte dos repasses a Pernambuco está incluída em projetos do PAC, que não foi considerado na conta da reportagem. “Pernambuco tem uma estratégia de captação de recursos agressiva. Desde 2007, os programas do Estado financiados com transferências voluntárias da União mais que quadruplicou. Na semana passada, fomos aquinhoados com a aprovação de repasses federais superiores a R$ 1,7 bilhão para projetos de saneamento, abastecimento d'água e mobilidade urbana”, detalhou o governador, em nota.
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