Sempre assisti de camarote às “causas políticas” do nosso Brasil. Mas, desta vez, foi impossível não manifestar minha opinião. Tanto alarde, tanta ênfase sobre a homofobia, parece que este é o pior problema do jovem no Brasil. O que é isto? Quantos jovens sofrem preconceito racial? Social? Quanta violência existe por causas outras? Será que todos estão cegos? Surdos?
As bebidas alcoólicas são iniciadas aos 13 anos, nas baladas e festas, a cena degradante de jovens embriagados, caídos, carregados por outros; o futuro de um país afogado e entorpecido. Os jovens usam drogas como se fosse permitido, em nome de uma lei que descriminaliza o usuário. Mas o que é isso? Jovens alcoolizados estão morrendo nas estradas, e matando também.
O material “didático” anti-homofobia custou mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos!
Quanto se investe em material didático sobre os danos do álcool? Quantos abordam as drogas? Não estou falando só do crack, cocaína ou óxi (todas derivadas do pé de coca, mas poucos sabem disso). Falo também da maconha, que desmotiva o jovem e pode induzir sintomas psicóticos. Estou falando da Ritalina, que escapa das mãos dos profissionais de saúde, invadindo cursos pré-vestibulares com o pretexto da tão requisitada concentração. Ora, até hoje nenhum estudo comprovou benefícios de aprendizagem com esse anfetamínico! Sim, a Ritalina é um anfetamínico como o ecstasy, e pode causar dependência, mas pouca gente sabe disso. Mas o que acontece afinal? Nossos eleitos estão preocupados com a homofobia?
Esta questão tem seu mérito, mas perde força frente à gravidade das drogas. Se saímos à noite, vemos jovens usando drogas nas calçadas, no pátio das escolas, parece que é permitido. Assistimos a isto de camarote, indignados pela falta de critério dos parlamentares; as drogas e o álcool batem à nossa porta como uma assombração, e a bola da vez é a homofobia.
Por que os efeitos do álcool e drogas não estão nos livros didáticos? Por que os alunos estudam botânica, fisiologia humana, química, física... mas não estudam as ações das drogas no organismo? Se a situação está à beira do caos, é porque eles simplesmente não sabem o que fazem. Se o material didático abordasse os efeitos das drogas de forma simples e clara, quantos jovens evitariam tal situação? Se o material educativo anti-homofobia foi elaborado com o fim de “educar para prevenir”, por que isto não foi pensado para evitar o abismo das drogas? Nesta hora de indignação, penso em outras fobias da vez: ministrofobia, parlamentarofobia, ou outra fobia qualquer. Mas o problema das drogas está aí, e não é dos outros, é meu é seu, e também deles, que arbitram e criam as leis.
Por Marilise Escobar Bürger*
*Docente da UFSM, responsável pela disciplina de pós-graduação drogas de abuso
Contribuição: Ricardo Brasil
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