O século 20 teve as maiores médias de temperaturas registradas em 1,4 mil anos, segundo uma pesquisa climática que envolveu 78 cientistas de universidades em 24 países.

Para mapear as temperaturas no período, os pesquisadores usaram dados de 511 registros regionais - a maioria deles consistia na análise dos anéis de crescimento de árvores. Amostras de pólen, recifes de coral, núcleos de gelo, estalagmites e sedimentos em lagos e mares, além de registros históricos oficiais, também foram utilizados na pesquisa.
Os cientistas afirmam que o aquecimento global, que começou no fim do século 19, reverteu uma longa tendência de resfriamento em todo o planeta, pontuada por períodos de aquecimento em regiões especificas.
"O mais impressionante sobre o aumento repentino da temperatura média global no século 20 é que ela acontece após uma tendência de resfriamento que durou mais de um milênio", disse um dos autores do estudo, o professor Steven Phipps, do Centro de Excelência em Ciência Climática da Universidade de New South Wales, na Austrália.
"A pesquisa mostra que em somente um século a Terra reverteu 1,4 mil anos de resfriamento."
Sem explicação natural
O estudo, que foi iniciado em 2006, revelou ainda que períodos como o Aquecimento Medieval - que atingiu a Europa por volta do ano 950 - e a Pequena Idade do Gelo, período de resfriamento que se seguiu, não afetaram simultaneamente todo o globo terrestre.
Esses fenômenos seriam explicados principalmente por ciclos naturais na órbita da Terra e pela influência de atividade vulcânica e solar.
No entanto, fenômenos naturais não explicam o aumento da temperatura global no século 20, de acordo com os pesquisadores.
A reconstituição do ambiente climático aproximado dos últimos dois milênios mostrou que o período entre 1971 e 2000 foi mais quente do que qualquer outro em cerca de 1,4 mil anos em todo o planeta.
Os pesquisadores afirmam que reconstrução das médias de cada área cobriu períodos diferentes dentro dos 2 mil anos, a depender da disponibilidade de dados. Em regiões como o continente africano, por exemplo, a escassez de registros não permitiu determinar as mudanças de temperatura de longo prazo.
O estudo foi coordenado pelo projeto International Past Global Changes (PAGES), que realiza esforços internacionais de pesquisa sobre dinâmicas ambientais e climáticas com base em informações do passado.
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