sábado, 20 de abril de 2013

Síndrome de alienação parental pode levar criança à depressão

Um divórcio não é uma situação fácil para nenhuma família. Sempre há um pai que se ressente com a situação ou crianças que nem sempre entendem bem o que está acontecendo. Por mais que as separações tenham se tornado cada vez mais comuns - as taxas de divórcio subiram 45,6% de 2010 para 2011, de acordo com o IBGE - e os pequenos a cada dia consigam conviver bem com a ideia de ter duas casas, algumas vezes a situação pode trazer complicações para o bem-estar dos filhos, principalmente de acordo com a reação dos pais à situação. É o caso de um quadro chamado Síndrome da Alienação Parental, que caiu na boca do povo graças à novela Salve Jorge, no ar às 21h na Rede Globo, com o divórcio dos personagens de Letícia Spiler e Caco Ciocler.

"Essa alienação consiste em um processo em que um dos cônjuges prepara a criança para que ela não aceite mais o outro", explica a psicanalista Priscila Gasparini, da Universidade de São Paulo (USP). Normalmente, um dos pais que não está satisfeito com o divórcio começa a "envenenar" a relação do filho com o outro genitor, falando mal de seu antigo parceiro, expondo de forma ruim o que aconteceu ou mesmo inventando mentiras.

É mais fácil que isso seja feito pelo pai que detém a guarda da criança, até porque ele paralelamente pode impedir que o ex-cônjuge tenha acesso ao filho, inclusive. Como as guardas ficam na maior parte das vezes com a mãe, 90% dos genitores alienantes são mulheres, de acordo com a psicanalista. "Mas só se caracteriza a síndrome quando a criança passa a acreditar no que está sendo dito e se volta contra seu pai ou sua mãe", resume o pediatra Marcelo Reibscheid, médico do Hospital e Maternidade São Luiz e criador do portal Pediatria em Foco.

Muitas vezes, não é preciso que apenas um dos pais fale mal do outro: tios, avós e outras pessoas que sejam importantes para a criança e endossem esse comportamento podem agravar a situação e o afastamento. O problema é que além de desgastar a relação entre pai e filho, essas atitudes de um dos genitores podem causar problemas e sequelas para a criança. Para entender um pouco mais as dimensões da alienação parental, os especialistas nos esclareceram algumas dúvidas sobre o tema.

Como o pai excluído pode detectar a síndrome?

A primeira reação da criança que está sofrendo com a síndrome de alienação parental vai ser se afastar do outro genitor. "Ela não quer mais ver o pai, fica receosa em cruzar com ele ou ela, se afasta e não cria vínculos, não se sente mais a vontade na presença daquela pessoa, pois é passado para ela que seu pai é alguém malvado", descreve o pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz. Conforme o pai for percebendo o afastamento, ele pode então pensar em que atitude tomar quanto a isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário