Estudo realizado na UnB mostra que uma língua indígena é perdida por décadas
Das cerca de 1.250 línguas indígenas que eram faladas no Brasil na
época do descobrimento, em 1500, mais de mil se perderam para sempre ao
longo desses cinco séculos. E, pelo menos, uma língua nativa vai
desaparecer a cada década, de acordo com estudos conduzidos pelo
professor Aryon Dall'Igna Rodrigues, do Laboratório de Línguas Indígenas
da Universidade de Brasília (LaLi-UnB). Em alguns casos, poucas
pessoas mantêm vivas as palavras de idiomas nativos, como o dos três
únicos índios que falam canoê, em Rondônia, e dos dois que se comunicam
em piripicura, em Mato Grosso. Mas nem os órgãos de Estado sabem
exatamente quantas línguas nativas ainda são faladas no Brasil.
O
último levantamento do Lali-UnB apontou a existência de pelo menos 199
línguas indígenas no Brasil. As afinidades gramaticais e léxicas entre
muitas delas permitem que sejam agrupadas em 42 famílias linguísticas,
derivadas de troncos, dos quais se destacam o tupi , com 10 famílias, e
o macro-jê, com 12. O Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), por sua vez, contabilizou 897 mil índios em todo
o território nacional, divididos em 305 etnias e 274 línguas. Para a
Fundação Nacional do Índio (Funai), são 180 os idiomas nativos.
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