Mulheres com mais de 25 anos poderão ser vacinadas contra o HPV
(papilomavírus humano), de acordo com decisão da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada no Diário Oficial da União na
última terça-feira. Antes, a aplicação da vacina era limitada a mulheres
de 10 anos a 25 anos. Com a mudança, seu uso pode ser feito para
meninas maiores de 9 anos. A mudança foi feita a pedido da fabricante, a
GlaxoSmithKline. A decisão vale apenas para a bivalente.
Há no mercado outra vacina, quadrivalente, produzida pela MerckSharp
& Dohme. Seu registro na Anvisa é para mulheres e homens com idade
entre 9 e 26 anos. As duas vacinas estão disponíveis apenas em clínicas
particulares. O Sistema Único de Saúde (SUS) deverá ainda este ano
anunciar a incorporação do imunizante no programa nacional. Ele deverá
ser produzido no País, por meio de uma parceria público privada.
A vacina quadrivalente dá proteção contra o HPV 6, 11, 16 e 18; e a
vacina bivalente proteção contra HPV 16 e 18. De acordo como Instituto
Nacional do Câncer, tanto a vacina bivalente quanto a quadrivalente são
mais indicadas para meninas que ainda não iniciaram a vida sexual porque
apresentam maior eficácia na proteção de pessoas que nunca tiveram
contato com os tipos virais presentes nas vacinas. Países que adotam a
vacinação em programas internacionais de imunização utilizam a faixa
etária de 9 a 13 anos.
O HPV é uma doença sexualmente transmissível. A infecção causada pelo
vírus aumenta em até 100 vezes o risco de a mulher desenvolver câncer no
colo do útero. A vacina imuniza contra os tipos mais comuns do vírus.
Segundo estudo da Associação Brasileira de Patologia no Trato Genital
Inferior e Colposcopia, após cinco anos de atividade sexual, 60% das
mulheres se infectam com algum dos 130 genótipos do HPV.
De acordo com o chefe do Setor de Doenças Sexualmente Transmissíveis da
Universidade Federal Fluminense (UFF), Mauro Romero Leal Passos, no
País, quatro mil mulheres morrem em decorrência das lesões provocadas
pelo HPV. Entre os homens, cerca de mil têm o pênis amputado anualmente.
Cerca de dois milhões de casos de verrugas genitais e demais lesões são
tratados por ano para impedir a evolução da doença.
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