A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta-feira (26)
um projeto vinculando recursos da exploração do petróleo às áreas de
educação e saúde e ampliando o montante a ser destinado a essas áreas
com recursos de parte dos contratos em vigor. O governo foi derrotado
porque desejava carimbar o dinheiro apenas para a educação e só
destinava recursos de contratos futuros e de rendimentos do Fundo
Social, criado no marco regulatório do pré-sal.
O líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que não há
compromisso em sancionar o projeto da forma como foi aprovado. A
proposta será ainda analisada pelo Senado. Sob efeito da pressão das
manifestações, a tentativa dos parlamentares é de dar uma resposta. A
prioridade para essa proposta foi pedida pelo governo, mas a negociação
ampliou de forma significativa os recursos alvo da vinculação e incluiu a
saúde entre as áreas prioritárias.
O relator do projeto, André Figueiredo (PDT-CE), estima que a proposta
original do governo destinaria R$ 25,8 bi para a educação em 10 anos,
enquanto o texto aprovado pode destinar R$ 280 bilhões para educação e
saúde no mesmo período. O aumento bilionário foi feito porque decidiu-se
por mexer em contratos já assinados em áreas nas quais ainda não
começou a exploração comercial até 3 de dezembro de 2012 e de metade dos
recursos que serão destinados ao Fundo Social.
A proposta do governo era só para novos contratos e envolvia apenas o
rendimento de aplicações feitas com o Fundo. A vinculação para a saúde
foi feita de 25% sobre os royalties dos contratos, não incluindo os
recursos do Fundo Social. O texto final prevê que União, estados e
municípios terão obrigatoriamente de investir esse porcentual na saúde,
impedindo que Dilma cumpra sua promessa de destinar tudo para a
educação. O governo considera que da forma como o texto foi aprovado
poderá haver questionamento judicial por se interferir em contratos já
firmados.
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