quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Fantasia e realidade ficam entrelaçadas no espetáculo Ficção, que será apresentado hoje

Há uma linha tênue entre o real e o imaginário. No espetáculo “Ficção”, de tão estreito, esse limite se torna quase imperceptível. Comandada pela Cia Hiato, de São Paulo, a peça surgiu a partir de relatos biográficos de seis atores. O resultado dessa proposta pode ser conferido pelos recifenses no Teatro Marco Camarotti, nesta quarta-feira (16) e quinta-feira (17), às 20h, dentro da programação do Festival de Teatro de Grupo do Recife (Trema!). Sexta-feira, às 20h, o grupo paulista aporta emCaruaru, para o Festival de Teatro do Agreste (Feteag), no Teatro João Lyra Filho.
Com direção e dramaturgia de Leonardo Moreira, a montagem é constituída por seis solos curtos e independentes (no Recife só serão apresentados quatro), intitulados com os nomes dos artistas que os criaram. Em cada uma dessas intervenções, os atores/autores Aline Filócomo, Fernanda Stefanski, Maria Amélia Farah e Thiago Amaral interpretam a si mesmos, criando uma espécie de duplo de suas próprias personalidades. De acordo com Aline, o processo de criação dos textos aconteceu de forma colaborativa. “Cada um escolheu uma faceta de si mesmo e trabalhou em cima dela. Depois, houve um diálogo para aprimorar o que nós formulamos”, conta.
Os monólogos misturam histórias reais e inventadas, com participações de alguns familiares dos atores. Sobre a presença dessa pessoalidade em cena, Aline afirma que a peça não invade a intimidade dos artistas. “A proposta não é expor nossas chagas. Queremos discutir o quanto a gente pode fugir de nós mesmos na construção dos personagens”, defende. Para explicar melhor o objetivo da peça, a atriz questiona: “é possível fugir da ficção na vida real? Nossa vida já não é uma ficção?”.
A encenação promove uma instabilidade na percepção do espectador. Enquanto as apresentações oscilam entre relatos verdadeiros e dramas ficcionais, o público tenta descobrir, a cada momento, se quem está em cena é o ator ou o personagem. “Mesmo sem conseguir distinguir o que é real ou não, o público se identifica muito com o que é tratado no palco. Essa discussão nos alimenta como artistas e também toca a plateia de alguma forma”, observa. As inovações empregadas em “Ficção” ampliam as pesquisas realizadas no último espetáculo da Hiato, “O Jardim” (2011), sobre teatro documental, “mocumentários” e dramaturgias confessionais.
Serviço
“Ficção”
Quando: Hoje e amanhã, às 20h
Onde: Teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia)
Informações: (81) 32161728
Fonte:  Daniel Medeiros

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