quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Saiba como fazer uma higiene eficaz nas dentaduras

Para algumas pessoas, a higiene bucal pode começar longe da boca. Esse é o caso de quem optou por usar próteses dentárias, sobretudo adultos e idosos. Porém, o fato de não possuir mais os dentes originais não elimina o cuidado necessário com a limpeza. Uma das causas de doenças é justamente a má higienização das dentaduras.
A escovação deve ser diária e feita depois das refeições e, preferencialmente, com escovas especiais. Elas possuem formatos ideais para a limpeza do objeto, com cerdas mais curtas na parte externa e mais longas na interna. No entanto, esse tipo de material é mais difícil de ser encontrado e tem preço mais elevado.
Além disso, especialistas recomendam mergulhar as próteses em uma solução periodicamente. Uma vez por semana, é preciso misturar uma colher de água sanitária ou oxigenada em um copo de água e deixar o objeto de molho por 30 minutos, diz Vânia Araújo, cirurgiã dentista do Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO-MG). Em seguida, é importante a enxaguar em água corrente. “O procedimento vai clarear a dentadura e matar os germes. Além de contribuir para um hálito mais saudável”.
Os sinais de que a limpeza não anda bem não diferem muito de quem a faz mal sem dentaduras. Começa a se formar tártaros e placas bacterianas, películas brancas ou amareladas que vão se pigmentando com o contato com alimentos. A placa é considerada a principal causa de cáries e gengivite. “É fácil notar a má higiene. A prótese fica com aparência de suja, é visível. Às vezes, chega a um ponto que o paciente nem conseguirá mais limpá-la por conta própria. Terá de levar a um especialista”, afirma Arlete Oliveira, professora de Saúde Coletiva na faculdade São Leopoldo Mandic.
A higiene no restante da boca é ainda mais essencial para pessoas com próteses dentárias, segundo Vânia. “As próteses usam reentrâncias para fixação bucal. Geralmente, há deposição de detritos nesses locais, podendo gerar infecções”. A dentista aconselha a limpeza da língua e da gengiva, sem a prótese. Tirar a dentadura também possibilita o autoexame, por esconder, em alguns casos, feridas e outros sinais de que algo está errado.
Até mesmo o tempo troca de dentaduras, geralmente cinco anos para as de resina, é influenciado pela limpeza das próteses. Com o tempo, a dentadura vai se tornando porosa. Com a má higiene, esses locais são preenchidos por bactérias, sujeira. “Os cinco anos são uma estimativa. O grau de cuidado é um fator que define a frequência das trocas”, diz Arlete.
O que se deve evitar
Para Arlete, o maior erro cometido por adultos e idosos é pensar que a higiene não é tão necessária quando se tem uma prótese dentária. “É importante conscientizar as pessoas de que lavar a boca com água não é suficiente. Mostrar que é preciso usar escova, limpadores de língua e mucosa”, diz.
Outro equívoco comum é a utilização indiscriminada de antissépticos bucais. Segundo a dentista, cada produto tem uma determinada característica e finalidade e não pode ser usado todos os dias sem recomendação profissional.
O bicarbonato de sódio, assim como algumas pastilhas especiais, pode substituir a água sanitária e oxigenada na solução para higienizar dentaduras. No entanto, a utilização do produto na escova de dente é um erro. “É um hábito comum que desgasta demais a dentadura”, afirma Vânia. De acordo com a dentista, o efeito da solução é o mesmo que o da escovação com bicarbonato e é menos prejudicial.

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