
"Acho que se não fosse toda essa repercussão, eu não teria recebido ainda. Imagina ter que entrar na Justiça americana para receber uma dívida que prestei ao governo do meu próprio país", afirmou. Ele disse que, antes de publicar a mensagem contando sua história no Facebook na última quinta-feira (13/08), consultou advogados para saber se poderia legalmente agir daquela forma.
Apesar da dor de cabeça e da dificuldade em receber pelo serviço prestado, Marciano afirmou que não descarta voltar a trabalhar com o governo brasileiro. "No meu ramo a gente não escolhe clientes: presidente, artista ou cidadão comum. O negócio é trabalhar e receber", diz.
Entenda o caso
Na ocasião, quase trinta pessoas da NS Highfly Limousine - entre motoristas, telefonistas e secretária - realizaram o serviço de transporte da comitiva brasileira. O Itamaraty reconheceu a dívida e informou na segunda-feira (17/08) que o "pagamento iria cair na conta de Marciano nas próximas horas". O atraso teria ocorrido devido a cortes orçamentários.
Segundo Marciano, 25 veículos, 2 ônibus, 1 caminhão baú e 1 Sprinter van foram utilizados para transportar os "ministros e outras autoridades da Presidência, a filha da presidente, chefes da secretaria, policiais federais, oficiais do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil, seguranças da escolta da presidente, embaixador, conselheiros e secretários do Itamaraty. Após o serviço ser realizado, nada de pagamento.
A história do caso - e de sua saga para receber o pagamento -- foi publicada no Facebook de Marciano na última quinta-feira (13/08) e contou com mais de 15 mil compartilhamentos. "O problema todo é que foi feito o serviço, mas o Consulado do Brasil não tem dinheiro para pagar. O serviço chega a quase US$ 100 mil. Já se passaram quase 2 meses e não me pagaram nada, nenhum centavo", escreveu no post nesse dia. Marciano foi ao Consulado do Brasil em São Francisco, na Califórnia, onde foi informado que não havia dinheiro para pagar o serviço "pois nossa presidente está viajando e gastando mais do que tem nos cofres do governo".
Procurado pela reportagem, o Ministério das Relações Exteriores informou na segunda-feira (17/08) que foram liberados os recursos para quitar a dívida na última sexta-feira, mas que ainda existiam trâmites burocráticos a serem resolvidos.
O ministério também afirmou que havia uma imprecisão no relato do empresário. "Não foi utilizada nenhuma limousine para o transporte da comitiva. Apenas vans, carros pretos oficiais, caminhão e ônibus".
A área internacional da Secretaria de Imprensa da Presidência da República confirmou que o pagamento não havia sido realizado antes por conta das dificuldades financeiras enfrentadas pelo Itamaraty devido aos cortes orçamentários e afirmou que a pasta quitaria dívidas com fornecedores não apenas desta viagem específica como também de outras realizadas pelo governo.
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