Mostrar que
é possível equipar um laboratório de química usando sucata e materiais
recicláveis é o grande desafio dos estudantes da Escola Municipal Maria Luzia
Pessoa de Andrade, em Paratibe, Paulista, durante a 22º edição do Ciência
Jovem, uma feira internacional que reúne trabalhos científicos e tecnológicos
de todos os estados brasileiros e de outros países, no Shopping Paço Alfândega,
em Recife. O evento, que é aberto ao público, tem a coordenação do Espaço
Ciência.
A missão de representar a unidade de
ensino é dos alunos do 9º ano, Leydiane Conceição, e Elton da Silva, ambos com
14 anos, e do professor e orientador do projeto, Neônio Duque. Até sexta-feira
(11.11), o grupo pretende convencer o público e os jurados de que a iniciativa
é viável, sustentável e colabora de forma significativa com o processo de
ensino aprendizagem em sala de aula.
Para isso, eles estão apresentando os
equipamentos que foram preparados para o laboratório de química da escola. Dentre
os quais, centrífuga, bico de Bussen, condensador, tela de amianto e dessecador.
Todos produzidos com materiais que seriam jogados no lixo. Mas, que agora,
servem para auxiliar os experimentos realizados na unidade de ensino.
Nesta quarta-feira (09.11), durante a
abertura oficial do Ciência Jovem, os estudantes e o educador orientador receberam
a visita do secretário de Educação de Paulista, Carlos Ribeiro Jr. O gestor
aproveitou a oportunidade para parabenizar o grupo e conferir de perto os
equipamentos e suas funcionalidades.
“Temos que enaltecer bastante essa
equipe por este projeto inovador. Tenho certeza que além de ajudar o planeta, resgatando
os materiais que iriam para o lixo, eles estão enriquecendo o conhecimento e a
superando as limitações financeiras da escola com criatividade”, frisou Carlos
Ribeiro Jr. Para equipar um laboratório de química, a Secretaria Municipal de
Educação precisa investir de R$ 35 a R$ 40 mil reais. Um valor considerável,
levando-se em conta o tamanho da rede municipal de ensino.
O professor e orientador Neônio Duque
está satisfeito com o trabalho da Escola Maria Luzia no Ciência Jovem. Ele
disse que conseguiu levar mais de dez equipamentos ao evento, onde foram
investidos muito pouco. Essa é a primeira vez que uma escola da rede municipal
participa de um evento dessa relevância. O projeto da escola foi escolhido
entre uma lista mais de 550 trabalhos científicos e tecnológicos.
“Aproveitamos vários matérias para
construir os equipamentos. Para fazer a centrífuga, por exemplo, usamos seringas,
maçaneta de porta, cano de ferro, molinete de pesca. Ela custou menos de R$ 40
reais pra ficar pronta. Hoje, no mercado, não sai por menos de R$ 6,5 mil. E a
nossa funciona do mesmo jeito. É essa a ideia que queremos passa aqui na feira.
Esperamos que outras escolas públicas sigam o nosso exemplo, criando
alternativas para superar os obstáculos e tornando o ambiente educacional cada
vez mais prazeroso para os estudantes”, destacou.
O estudante Elton da Silva explicou
que a participação nesse projeto trouxe grandes aprendizados. “No nono ano a
gente ainda não se aprofunda na disciplina de química. Apenas no Ensino Médio é
que teremos a oportunidade de conhecer mais sobre essa matéria. Tenho certeza
que vou chegar muito mais preparado após participar desse projeto na Escola
Maria Luzia. Espero que outros alunos tenham a mesma oportunidade que estamos
tendo”, frisou.
A ideia é de
que todos os estudantes matriculados no 9º ano possam participar da iniciativa
na unidade de ensino, desenvolvendo o conhecimento de forma concreta por meio
das atividades práticas. A Escola Municipal Maria Luzia Pessoa de Andrade fica
na comunidade da Vila Invadida e possui mais de 300 alunos, entre as turmas do
Grupo 3 e 4, além do ensino fundamental
Nenhum comentário:
Postar um comentário