domingo, 11 de setembro de 2011

Pesquisa aponta que maioria da população desconhece briga entre João Paulo e João da Costa

O rompimento político-pessoal da relação do prefeito João da Costa (PT) com o deputado federal João Paulo (PT) protagonizou, nos últimos dois anos e meio, uma série de episódios que movimentaram o noticiário político. Foram muitos os recados recheados de farpas endereçadas de ambos os lados, durante esse período, motivando comentários de que a desavença entre os dois petistas poderia prejudicar o andamento do projeto da Frente que governa o Recife e o Estado. Todavia, apesar da relevância do entrevero, pesquisa realizada pelo Instituto Exatta revela que 52% dos recifenses ainda não tomaram conhecimento da briga entre os Joões. Um dado que se contrapõe aos rumores que exaltavam o alcance social deste embate.
Para os que tomaram conhecimento da briga entre os Joões, algumas questões não foram, até o momento, esclarecidas. Ponto que impede a conclusão de uma avaliação de quem estaria certo ou errado neste caso. Pegando este gancho, o Instituto Exatta questionou, na mesma pesquisa, a percepção dos recifenses sobre o imbróglio entre os Joões. O levantamento revelou que 48% dos entrevistados entendem que Costa está errado na briga com João Paulo, enquanto 13% pensam o contrário e 10% cravam que os dois dividem a parcela de culpa.
“Esses percentuais mostram como a população observa esse caso. As pessoas estão livres para revelarem suas opiniões, e, como ainda não há uma explicação, elas acabam atribuindo a responsabilidade àquele que não tem tanto carisma quanto o outro, que é o caso do prefeito João da Costa”, analisou o coordenador de pesquisas do Instituto Exatta, João Matos. Completando este item da consulta, 25% dos entrevistados preferiram ou não souberam opinar, enquanto 4% optaram pela alternativa de que nenhum dos dois petistas está errado.
No detalhamento da pesquisa, verifica-se que o maior percentual dos que apontam o prefeito do Recife como aquele que está errado na briga dos dois Joões está presente entre os pesquisados que possuem o Ensino Fundamental: 51%. Nesta faixa, João Paulo aparece com 16%; ambos são apontados como responsáveis para 11%; para 3%, a culpa não é de nenhum deles, e 19% não quiseram ou não souberam opinar.
O maior equilíbrio no tópico ligado ao grau de instrução se mostrou entre os entrevistados que se declararam analfabetos funcionais, com 38% de responsabilização para o prefeito João da Costa e 28% para João Paulo. As alternativas “ambos” e “nenhum” não pontuaram. Já os pesquisados que não quiseram ou não souberam se posicionar registraram 34% do total.
No que diz respeito ao sexo dos pesquisados, a percepção sobre a culpabilidade do rompimento entre João da Costa e João Paulo sofre poucas variações. Enquanto 50% das mulheres atestam que o errado é o prefeito e 12% assinalaram o deputado federal, 45% dos homens que responderam à pergunta indicaram Costa, e 15% ficaram com a opção João Paulo.
Por mais de uma vez, o prefeito João da Costa, ao ser questionado sobre a motivação do rompimento, afirmou que João Paulo queria permanecer no comando das ações da Prefeitura do Recife, mesmo tendo deixado o posto de chefe do Executivo municipal. Por sua vez, o ex-prefeito nega essa versão, argumentando que nunca quis se meter no governo do agora desafeto. O parlamentar atribuiu o afastamento do sucessor a um suposto rompimento com o projeto político que ele iniciou, em 2001, quando assumiu a gestão recifense.
A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 4 deste mês, com 500 entrevistas distribuídas aleatoriamente em cotas de sexo, idade, grau de instrução e classe social, além das Regiões Político-Administrativas (RPAs) do município. O levantamento possui caráter estimulado e uma margem máxima de erro de 4,3% para mais ou para menos, com grau de confiança de 95%. Durante a semana passada, a Folha de Pernambuco detalhou vários de seus pontos.

Fonte: Folha de Pernambuco

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