Maria Bethânia canta o repertório de Chico Buarque há 40 anos e, entre discos ao vivo e de estúdio, já gravou mais de 50 músicas do compositor. Mas, até 2011, nunca tinha feito um show apenas com canções do autor de "Olhos nos Olhos" e "Apesar de Você". A espera terminou com o espetáculo que estreou no final de semana em Curitiba e, nesta terça, chegou a São Paulo.
Na estreia no Paraná, Bethânia foi muito criticada por ter que apelar a colas para se lembrar das letras. O expediente se repetiu em São Paulo e, em alguns momentos, atrapalhou a fluidez do espetáculo. Mas, pelo menos no Via Funchal, a cantora driblou o problema com maestria.
"Eu estou lendo", admitiu antes de cantar "A Banda" (uma homenagem a Nara Leão, primeira intérprete de Chico), quase no final show. Antes, ela já havia errado a letra de outras duas canções, "Baioque" e "João e Maria" ("Tornei a errar", reclamou, insatisfeita). A interpretação de pelo menos mais uma, "Brejo da Cruz", também foi prejudicada pela insegurança de Bethânia em relação à letra.
Mas o público não se incomodou, tanto que aplaudiu a cantora todas as vezes em que ela se embananou. E os erros foram minoria dentro de um espetáculo no geral emocionante. Nas músicas em que estava segura, Bethânia mostrou por que é a melhor intérprete de Chico Buarque.
Maria Bethânia
O repertório privilegiou as canções que Chico fez nos anos 1960 e 1970. Bethânia abriu a apresentação com "Rosa dos Ventos", canção que deu nome a um de seus shows mais famosos em 1971. Foi a largada para uma primeira parte de canções de cunho social e político, como "Baioque", "Roda Viva", "Cálice" e "Apesar de Você".
Após um intervalo instrumental (uma belíssima versão de "Beatriz"), Bethânia voltou cantando "Terezinha". Seguiu-se um bloco romântico, com "Cotidiano" e "Sem Açúcar" e, mais tarde, "Olhos Nos Olhos" e "Tatuagem". Em meio a essas canções, também apareceram músicas mais festivas, como "Quem Te Viu, Quem Te Vê" e "Noite dos Mascarados".
Fonte: ultimo segundo
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