Ao contrário do menu Iniciar, o charm não mostra uma lista de aplicativos. Esta só pode ser acessada clicandose no botão e, depois, em Search e Apps, o que leva o usuário de volta à interface Metro. No atual estágio do Windows 8, a transição do ambiente novo para o antigo é constante. Isso certamente causa incômodo para usuários acostumados com a Área de Trabalho, além de confundir os menos experientes. A coexistência das duas interfaces é um dos pontos mais discutíveis do Windows 8.
A empresa já anunciou que os aplicativos serão vendidos numa loja do Windows, integrada ao sistema, num modelo parecido com o da App Store, da Apple, e do Android Market, do Google. Outra promessa da Microsoft é a inicialização rápida. Segundo a companhia, máquinas com a nova versão do sistema operacional vão levar até 10 segundos para ser ligadas. Em testes do INFOlab, feitos no desktop all-in-one Vaio 3D L225FB, da Sony, o Developer Preview de 64 bits deu partida em 30 segundos, contra 46 segundos do Windows 7 Home Premium, também de 64 bits. Um resultado animador.
Quanto ao reconhecimento dos componentes da máquina, a instalação ocorreu sem nenhum transtorno no desktop all-in-one Dell Vostro 330. No Vaio 3D, porém, a tela sensível ao toque não foi identificada. Também foi preciso ajustar manualmente a resolução correta da tela. Na tarefa de compactar arquivos, o Windows 8 Developer Preview revela-se um verdadeiro relâmpago. Para um arquivo de 1,55 GB, consumiu apenas 1m33s, diante de 26m21s de seu antecessor. Na conversão de um vídeo de 79,4 MB, de WMV para MP4, o resultado também é favorável: Windows 8, 10 segundos. Windows 7, 15 segundos. O programa usado no teste foi o Cyberlink MediaEspresso. Vale ressaltar que esses números são apenas referências de um sistema em construção. Portanto, tudo pode ser modificado.
Começar do zero
Para a Microsoft, fazer sucesso no mercado de tablets é vital, uma vez que esses dispositivos têm se tornado cada vez mais populares. O instituto de pesquisas IDC afirma que a venda de tablets cresceu 308% no segundo trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Até agora, esse novo cenário está nas mãos da concorrência. O iPad, da Apple, abocanhou 68,3% do mercado de tablets no segundo trimestre de 2011, enquanto os dispositivos com Android ficaram com 26,8%. Já o Windows, a rigor, não tem nada.
Desde que Bill Gates deixou o cargo de presidente, em janeiro de 2000, a Microsoft vive um inferno astral. Como INFO mostrou em reportagem publicada na edição de julho, o valor de mercado da empresa despencou de 393 bilhões de dólares, em 2001, para 221 bilhões este ano. A Microsoft perdeu o domínio da área de navegadores e não conseguiu evitar que o Windows Mobile fosse engolido pelos concorrentes, tornando-se irrelevante no mundo dos smartphones.
O sistema operacional Windows ainda não havia sofrido abalos, mas os tablets mudaram isso. A empresa de pesquisas britânica Canalys, que inclui aparelhos como o iPad na categoria de PCs, divulgou em julho um estudo que coloca o porcentual de mercado do Windows em 82% do total, o mais baixo em 20 anos. “Muita gente não precisa de um PC cheio de recursos”, afirma Tim Coulling, analista da Canalys.
Um dos principais obstáculos para o sucesso da estratégia da Microsoft está no tempo que ainda vai levar para o Windows 8 chegar às lojas. A previsão é que isso só ocorra no fim de 2012. “Até lá, o Android estará mais maduro”, afirma Coulling. O iOS continuará a ser um fortíssimo concorrente porque a Apple conseguiu montar um ecossistema robusto, farto em aplicativos e conteúdo multimídia. “Quando você compra um iPad, leva muito mais do que o aparelho.” O Android tem se esforçado para reproduzir esse modelo, e a Microsoft terá de passar pelo mesmo processo.
O sucesso do Windows 8 depende dos aplicativos criados para o sistema, na opinião de Michael Cherry, vice-presidente da consultoria americana Directions on Microsoft. “A chave para que haja um grande impacto está na maneira como os desenvolvedores vão aproveitar a interface Metro. Precisam surgir aplicativos incríveis, que explorem bem a plataforma”, diz.
Esse teria sido um dos motivos para a liberação do Developer Preview com tanto tempo de antecedência, acompanhado de todas as ferramentas necessárias para a criação de software. Outro motivo pode ser a necessidade de captar o sentimento dos usuários mais avançados em relação às novidades do produto e ainda ter tempo de fazer correções.
Fonte: info abril
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