Pesquisa da Universidade de Auckland publicada na revista Geophysical Research Letters indica que na primeira década dos anos 2000 a altura média das nuvens diminuiu cerca de 1%, ou seja, entre 30 e 40 metros, e que isso pode ocasionar um processo de resfriamento do clima da Terra.
Para se chegar a essa conclusão, foram analisados dados do satélite Terra, da Nasa. Os resultados até agora mostram um complexo padrão de diminuição e elevação da altitude das nuvens em algumas regiões do globo, devido, principalmente, a fenômenos como La Niña e El Niño no Pacífico. Depois de avaliadas todas as diferenças, contudo, a tendência geral foi de diminuição.
Até recentemente, era impossível medir a alteração de altura das nuvens, o que impedia que se compreendesse a contribuição delas para a mudança climática global. “É a primeira vez que conseguimos medir com precisão a variação da altura das nuvens no planeta. Apesar de os dados ainda serem muito curtos para serem considerados definitivos, eles já fornecem um indício de que algo de muito importante está acontecendo”, explica o professor Roger Davies, pesquisador-chefe do projeto.
Efeitos em longo prazo – Uma redução consistente na altura das nuvens permitiria à Terra resfriar a temperatura na superfície de forma mais eficiente, retardando potencialmente os efeitos do aquecimento global. Para que se compreenda isso de uma maneira mais consistente, o satélite Terra seguirá coletando dados até o fim da década.
“Ainda não sabemos exatamente o que faz a altura das nuvens baixar. Se as nuvens voltarem ao nível anterior nos próximos 10 anos poderemos concluir que elas não estão influenciando nas mudanças climáticas. Mas se continuarem baixando, será algo muito significativo. Estamos ansiosos para a extensão do registro do clima”, completa o professor Davies.
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