Excesso de horas de trabalho e má remuneração são comuns nas fábricas chinesas da maior fornecedora da Apple, aponta relatório. Empresas concordam em implementar série de melhorias. A Apple e a sua maior fornecedora, a taiwanesa Foxconn Technology Group, acertaram uma série de mudanças nas condições de trabalho em fábricas chinesas da Foxconn, depois de uma investigação ter encontrado vários problemas nos locais. A decisão pode mudar a forma com que empresas ocidentais fazem negócios com os chineses. A investigação, feita independentemente pela Fair Labor Association (FLA), durou um mês e detectou problemas nas condições de trabalho em três fábricas da Foxconn na cidade de Shenzhen, na China. A associação questionou 35 mil funcionários e encontrou múltiplas violações às leis trabalhistas chinesas, como excesso de horas trabalhadas, problemas com os pagamentos e riscos à saúde e à segurança. Em alguns casos, funcionários chegam a trabalhar mais de 60 horas por semana. Também foram encontrados casos de pessoas trabalhando mais de sete dias seguidos, sem descanso. Segundo a FLA, a Apple e a Foxconn concordaram com as mudanças propostas, que afetarão mais de 1,2 milhão de trabalhadores da linha de montagem de iPhones e iPads. A empresa norte-americana teria aceitado as melhorias para conter as críticas de que seus produtos são construídos em condições desumanas de trabalho. A Foxconn se comprometeu a contratar milhares de novos trabalhadores, eliminar as horas excessivas de trabalho, desenvolver protocolos de segurança, entre outras medidas. A empresa taiwanesa prometeu reduzir a carga horária para o limite legal de 49 horas por semana até julho de 2013. Mas, para a associação China Labor Watch, o relatório da FLA não conseguiu responder às preocupações primárias dos trabalhadores. "Até que a Apple divida uma parte maior da sua renda com as fábricas de suprimentos, os funcionários continuarão trabalhando contra o relógio e recebendo muito pouco", afirmou Li Qiang, diretor da China Labor Watch. A mudança e as outras empresas do setor O presidente da FLA, Auret van Heerden, espera que o acordo entre a Apple e a Foxconn, fornecedora de material para 50% do mercado consumidor de eletrônicos do mundo, tenha longo alcance. "Apple e Foxconn são obviamente as duas maiores companhias do setor. Desde que elas trabalhem juntos para realizar essas mudanças, isso pode realmente afetar outras empresas do ramo", disse.

Nenhum comentário:
Postar um comentário