terça-feira, 3 de abril de 2012

Aumentam casos de câncer de pele entre jovens

Os casos de câncer de pele estão em ascensão entre os jovens, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira nos Estados Unidos, que sugere que os centros de bronzeamento artificial e a falta de aplicação de protetor solar em crianças possam estar por trás deste aumento.

Entre 1970 e 2009, as taxas de melanoma (câncer de pele) aumentaram oito vezes entre as mulheres e quadruplicaram entre os homens, segundo especialistas da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, que estudaram o histórico de 256 pessoas no estado de Minnesota neste intervalo de tempo.
No entanto, o índice de mortes por melanoma caiu no mesmo período, o que sugere que uma intervenção precoce poderia ajudar a salvar vidas, segundo os cientistas.
Os resultados deste estudo podem não ser representativos da totalidade dos Estados Unidos, mas o principal autor da pesquisa, Jerry Brewer, dermatologista da Clínica Mayo, fez soar o alerta sobre o que chamou de um "aumento alarmante em mulheres entre 20 e 30 anos".
"Não existe o que poderíamos chamar de bronzeado de base saudável", afirmou Brewer, categórico.
"Mesmo quando os jovens têm uma compreensão maior dos efeitos prejudiciais do bronzeado, ainda não mudaram seu comportamento e se expõem ao sol tanto ou mais do que se fazia nos anos 80", acrescentou.
Embora o estudo atual não tenha se concentrado nas razões que explicam este aumento, Brewer destaca que outros pesquisadores demonstraram que as pessoas que usam centros de bronzeamento - uma indústria que fatura 5 bilhões de dólares ao ano - têm 74% mais chances de contrair melanomas do que aqueles que não se bronzeiam.
Jennifer Stein, dermatologista do centro médico Langone da Universidade de Nova York, concordou em que o bronzeamento artificial pode ser uma das principais causas da ascensão.
"Uma possível explicação para este rápido aumento em casos de melanoma poderia ser o uso de centros de bronzeamento entre os adolescentes, o que se tornou muito popular nos últimos anos", disse Stein, que não participou do estudo.
"É importante que as pessoas protejam sua pele da exposição a raios ultravioleta e que observem sua pele para o aparecimento ou alterações nas pintas, o que pode ser sinal de melanoma. A chave para sobreviver ao melanoma é a detecção precoce", explicou.
O melanoma é a forma mais letal de câncer de pele e espera que cause 76.000 novos casos e 9.100 mortes nos Estados Unidos este ano, segundo números do Instituto Nacional do Câncer.
As pessoas com maior risco são as que têm cabelos claros e olhos azuis ou verdes. Passar muito tempo exposto ao sol e ter tido uma ou duas queimaduras com bolhas na juventude também aumenta os riscos.
Para evitar a doença, os médicos recomendam a limitação à exposição ao sol, o uso de protetores e o acompanhamento frequente de alterações em pintas.

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