terça-feira, 17 de julho de 2012

Peças sacras de Olinda e suas histórias após restauro

Depois de restauradas, nove peças sacras serão expostas a partir desta terça-feira (17), às 15h, no Palácio dos Governadores, sede da Prefeitura de Olinda, no sítio histórico. E, na próxima semana, devolvidas às igrejas de onde saíram, na Cidade Patrimônio da Humanidade: a de Nossa Senhora do Amparo e a de Nossa Senhora da Graça (do Seminário de Olinda).

As peças receberam injeções de veneno contra cupim. As mais danificadas foram preenchidas com madeira e pó de vidro. Por fora, ganharam pigmentos importados, verniz e até folhas de ouro. Finíssimas, têm 22 quilates e são fixadas sobre a peça com uma cola especial, feita de cartilagem de coelho.

A maioria do material usado no restauro é importada. Estimada em R$ 30 mil, a recuperação das peças começou há cerca de quatro anos. “Recebemos as imagens quando o laboratório estava prestes a se mudar para uma sede própria. Precisamos arrumar a casa para depois iniciar o trabalho”, explica a restauradora Débora Mendes.

Hoje ocupando um imóvel na Rua de São Bento, 348, o laboratório conta com seis funcionários, quatro restauradores e dois químicos. “É o único, em todo o Brasil, vinculado a uma prefeitura”, diz a secretária de Patrimônio e Cultura, Márcia Souto.

Quem visitar a exposição, até sexta, das 9h às 17h, assistirá a uma exibição de fotos mostrando como estavam as peças antes do restauro. Cada uma delas conta com ficha técnica, com dados sobre tamanho, material e datação.
Não foi possível identificar os autores. Na opinião de Débora Mendes, são de santeiros pernambucanos do século 18. O estilo é o barroco. O Cristo Morto tem 1,80 metro, o São José de Botas, 45 centímetros (cm), a Virgem Maria, 52 cm, a Santana, 35 cm, e as duas colunas, 1,22 metro. Há ainda duas imagens de Nossa Senhora da Conceição, uma com 68 cm e outra com 74 cm, além de uma Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
O  mais danificado era um Senhor Morto, representação em tamanho natural de Cristo deitado, coberto de chagas. “Quando chegou aqui tinha tanto cupim e furo de prego que pensei: só Jesus salva essa imagem”, brinca o entalhador José Edson da Silva

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