As peças receberam injeções de veneno contra cupim. As mais danificadas foram preenchidas com madeira e pó de vidro. Por fora, ganharam pigmentos importados, verniz e até folhas de ouro. Finíssimas, têm 22 quilates e são fixadas sobre a peça com uma cola especial, feita de cartilagem de coelho.
A maioria do material usado no restauro é importada. Estimada em R$ 30 mil, a recuperação das peças começou há cerca de quatro anos. “Recebemos as imagens quando o laboratório estava prestes a se mudar para uma sede própria. Precisamos arrumar a casa para depois iniciar o trabalho”, explica a restauradora Débora Mendes.
Hoje ocupando um imóvel na Rua de São Bento, 348, o laboratório conta com seis funcionários, quatro restauradores e dois químicos. “É o único, em todo o Brasil, vinculado a uma prefeitura”, diz a secretária de Patrimônio e Cultura, Márcia Souto.
Quem visitar a exposição, até sexta, das 9h às 17h, assistirá a uma exibição de fotos mostrando como estavam as peças antes do restauro. Cada uma delas conta com ficha técnica, com dados sobre tamanho, material e datação.
Não foi possível identificar os autores. Na opinião de Débora Mendes, são de santeiros pernambucanos do século 18. O estilo é o barroco. O Cristo Morto tem 1,80 metro, o São José de Botas, 45 centímetros (cm), a Virgem Maria, 52 cm, a Santana, 35 cm, e as duas colunas, 1,22 metro. Há ainda duas imagens de Nossa Senhora da Conceição, uma com 68 cm e outra com 74 cm, além de uma Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
O mais danificado era um Senhor Morto, representação em tamanho natural de Cristo deitado, coberto de chagas. “Quando chegou aqui tinha tanto cupim e furo de prego que pensei: só Jesus salva essa imagem”, brinca o entalhador José Edson da Silva
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