Foi assinado nesta segunda-feira (06), um convênio entre a Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMV) e a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça para troca de informações e métodos de trabalho, que deverão reforçar a atuação dos dois grupos. Para o coordenador da CEMV, o advogado Fernando Coelho, a comissão do Ministério da Justiça vai colaborar com o maior tempo de investigação que tem. “Sem sombra de duvida é da maior importância para Pernambuco, porque a Comissão de Anistia já tem um acervo de informações colhidas durante um tempo longo, e com grande eficiência a partir da celebração desse convenio nós vamos ter acesso a essas informações que interessam aos objetivos nossos”, comentou.
Para o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, o Estado é visto com prioridade no esclarecimento dos fatos ligados à repressão política no período entre setembro de 1946 e outubro de 1988. Segundo ele, em Pernambuco, se tem registros dos casos mais graves de perseguição tanto na capital quanto no interior. “É comprovado nos testemunhos que nós colhemos nesses últimos anos que a repressão em Pernambuco foi muito brutal e atingiu amplos espectros da sociedade, na cidade, no campo e no interior”, afirmou.
Ainda de acordo com Abrão, a Comissão Estadual Dom Helder também tem prioridade no Ministério da Justiça por ter sido instituída através de uma lei, pois existem atribuições que só podem ser exercidas se acobertadas legalmente. A comissão ministerial já acumula dez anos de investigação. “Vamos confrontar os arquivos já investigados com os testemunhos e descobrir o que é mentira, para tentar solucionar todas as formas de perseguição política.
Após a assinatura do Acordo de Cooperação Recíproca, membros da Comissão Dom Hélder se mantiveram reunidos com Paulo Abrão e com o coordenador-geral da Memória Histórica da Comissão de Anistia, Marcelo Torelly. O encontro segue até o fim da tarde com debates que deverão definir os detalhes da parceria.
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