Em declarações à radio Europe 1, Araud advertiu ainda Moscovo para um "desastre final" na Síria.
"Progredir de um ponto de vista político, penso que será difícil", referiu o embaixador, adiantando que as coisas podem ser feitas a partir de "um ponto de vista humanitário porque se esquece que além dos bloqueios do Conselho de Segurança ou da demissão de (Kofi) Annan, existe o sofrimento dos sírios".
A França assumiu a 1 de agosto e pelo prazo de um mês a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU.
"Vamos tentar trabalhar para amenizar pelo menos sobre as questões humanitárias a Rússia e a China", indicou Araud, recordando que o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, tencionava convocar para o fim do mês em Nova Iorque uma reunião ministerial do Conselho de Segurança.
"Existem três milhões de sírios que atualmente precisam de alimentos e de medicamentos. Não há acesso para a ajuda humanitária, se não for o Crescente Vermelho sírio que faz maravilhas, mas que está completamente submerso", referiu o diplomata.
"Espero que estes dois países oiçam a voz da comunidade internacional" depois da demissão do mediador internacional Kofi Annan, disse.
O embaixador lamentou de novo a ausência de pressão ao mais alto nível internacional sobre o regime de Bashar al-Assad.
"Os russos dizem-nos que para eles ou é Assad ou os islamitas, que não gostam particularmente de Assad mas que não querem os islamitas. Nós respondemos-lhes que com a política deles será Assad e depois os islamitas. Porque Assad cairá e quanto mais esperarmos maior é a probabilidade de haver uma radicalização da resistência. Já vemos aparecer a Al-Qaida na Síria e no final de contas teremos o resultado que os russos temem", afirmou.
"Devemos convencer os russos e os chineses que fazem um caminho falso e que nos levam para o desastre final, a guerra civil, o caos e talvez no fim para a vitória dos radicais enquanto atualmente é a população síria que combate, não são os radicais", precisou.
O embaixador advertiu para "novos massacres" em Aleppo. "Aparentemente, a verdadeira batalha de Aleppo vai começar. O regime reuniu forças muito pesadas em torno da cidade. Arriscamo-nos a assistir nas próximas horas ou dias a novos atos de violência, novos massacres", previu o embaixador.
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