Isso é o que afirma o resultado de uma pesquisa de doutorado
realizada pelo biólogo Roberto Afonso da Silva, pós-doutorando do
Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika), da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE). Segundo ele, a proteólise, ou seja, a
quebra das proteínas que ocorre durante a produção do queijo, resulta em
peptídeos antioxidantes, que podem prevenir danos relacionados ao
envelhecimento precoce, câncer, ataques cardíacos, derrame e
arteriosclerose. Além disso, no queijo coalho também são encontrados os
peptídeos com função carreadora de zinco, podendo aumentar a
disponibilidade desse mineral para o corpo, ajudando na multiplicação
das células de defesa.“Cada vez que o queijo de coalho é consumido, a pessoa está incorporando o antioxidante. Então, por conter propriedades benéficas, seria bem recomendado o uso diário desse produto”, sugere. Mas, para que esse consumo seja saudável, alguns cuidados de produção são necessários. “A produção ainda é bem artesanal pra poder manter a tradição, porém já existem algumas indústrias no País que fazem o queijo mais controlado, manipulado. De uma forma ou de outra, tem que ter um controle sanitário bem feito, pois é um queijo feito com leite cru que se não for controlado pode se tornar um produto impróprio pra consumo”, explicou o biólogo.
Na semana passada, em visita da reportagem da Folha de Pernambuco ao Mercado São José, localizado no bairro de mesmo nome, no Recife, a movimentação à procura do queijo de coalho estava grande. Um comerciante do local, Fabiano Gonçalves, de 24 anos, disse que precisa renovar o estoque deste produto pelo menos duas vezes por semana. “O queijo coalho é muito pedido. Vendo outros tipos como o prato e o mussarela, mas o coalho é o que vende mais. Ele chega ao meu quiosque dia de segunda e quinta-feira, mas nunca dura um dia após a chegada”, contou.
Fã do produto, a aposentada Eunice Francisca, de 66 anos, não deixa o queijo de coalho faltar um dia sequer em sua casa. “Eu compro com frequência. Minha família prefere porque é feito de leite de verdade”, disse. O cobrador de ônibus, Diorí Bernardo, de 61 anos, acha o sabor incrível. “É o melhor de todos. A minha preferência é pelo coalho”, comentou. A cabeleireira Eglicia Maria Ribeiro, de 43 anos, não compra outro tipo de queijo. “Prefiro o coalho ao mussarela, ou até mesmo ao do reino”.
O fato é que apesar do pouco conhecimento a respeito dos benefícios à saúde, os nordestinos estão, cada vez mais, adotando o hábito de consumir este tipo de queijo. Estados como Ceará e Paraíba já passaram a aderir o costume. Segundo o biólogo Roberto Afonso da Silva, não vai demorar muito para que os sulistas do País passem a consumir com frequência esse produto tão nordestino.
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