O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) defendeu nesta segunda-feira
(26) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja convidado para
explicar 122 contatos telefônicos que teria mantido, nos últimos 19
meses, com Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe de gabinete da
Presidência da República em São Paulo. Rosemary está entre os indiciados
pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro. A quadrilha fraudava
pareceres em troca de propina e agia em diversos órgãos da cúpula do
Governo Federal. Segundo investigações da PF, Rosemary recebia propina e
presentes da quadrilha.
“Qual o motivo desses contatos, uma vez que ele (Lula) não estava
mais na Presidência?”, indagou o tucano. Além do requerimento para
convidar Lula a dar explicações na Comissão de Fiscalização e Controle
da Câmara e na Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência,
Sampaio também quer que o Advogado-Geral da União, Luís Adams,
compareça ao Congresso para esclarecer o envolvimento de seu subordinado
José Weber Holanda, advogado-geral da União adjunto, no esquema de
compra de pareceres técnicos de órgãos públicos para atender a
interesses empresariais.
O PSDB também vai apresentar requerimentos, na Comissão de Fiscalização
Financeira e Controle, de convites a Rubens Carlos Vieira e Paulo
Rodrigues Vieira, afastados das diretorias da Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac) e da Agência Nacional de Águas (ANA). Os dois foram
indicados para os cargos por Rosemary. Paulo Vieira é apontado como
chefe da quadrilha. Rosemary Nóvoa de Noronha será convidada a ir à
Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência.
Para o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), o
ex-presidente Lula deve uma explicação pública sobre os motivos que o
levaram a aceitar indicações e ajudar a ex-chefe de gabinete da
Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, a
nomear diretores de agências reguladoras, hoje acusados de corrupção
pela Polícia Federal. O PPS também apresenta hoje requerimentos na
Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para ouvir
Rosemary e José Weber Holanda.
Na opinião do presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia
(RN), “a indicação de autoridade feita pela Presidência da República,
rejeitada pelo Senado e de forma inédita revista pela maioria
governista, coloca o governo na obrigação de dar ao País explicações
sobre a propalada influência da intimidade com o poder nos legítimos
negócios da República”. “Se a operação Porto seguro não tivesse sido
deflagrada, os desmandos por ela denunciados tenderiam a não ter fim”,
disse Maia, em nota divulgada pelo DEM.
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