O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (18), sem alterações, o
Projeto de Lei de Conversão (PLV) 30/2012, proveniente da Medida
Provisória (MP) 579. O projeto trata da renovação das concessões para as
transmissoras, geradoras e distribuidoras de energia elétrica e propõe
redução de cerca de 20% no preço final da tarifa.
Após a rejeição
de um destaque da oposição, a maioria governista conseguiu aprovar a
matéria com texto idêntico ao enviado pela Câmara dos Deputados e
enviá-la para sanção presidencial. Os oposicionistas também votaram
favoravelmente ao PLV e pela redução da tarifa, mas queriam aprovar
emenda para que o governo fizesse desonerações fiscais para as empresas
de energia.
A MP 579 permite a renovação antecipada, por até 30
anos, de contratos de concessão nas áreas de geração, transmissão e
distribuição de energia elétrica e diminui o peso de encargos setoriais
embutidos no preço final das tarifas, como a Reserva Global de Reversão
(RGR), que será extinta. A prorrogação das concessões das usinas
termoelétricas será até 20 anos.
Com a edição da medida
provisória, o governo muda o Marco Regulatório do Setor Elétrico
brasileiro e autoriza a União a adquirir créditos que as Centrais
Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras) detém com a Itaipu Binacional,
como forma de compensar eventuais perdas na arrecadação.
A ideia é
reduzir o custo da energia para estimular a atividade econômica. A
expectativa do governo é que as medidas representem redução de 19% a 28%
no preço da tarifa paga por grandes empresas. Para a conta de luz dos
cidadãos, a diminuição pode chegar a 16,2%, de acordo com cálculos do
Executivo.
Atualmente, as concessionárias recebem um valor
referente ao investimento que foi feito na construção da hidrelétrica.
Ele é pago em 20 ou 30 anos e está presente na composição do preço da
energia produzida pela usina, sendo repassado para os consumidores. Com a
MP, o governo pagará uma indenização às concessionárias referente aos
investimentos que ainda não foram cobertos e não poderão mais ser
cobrados.
Cinco concessionárias controladas por governos
estaduais – Companhia Energética de São Paulo (Cesp), Companhia
Energética de Minas Gerais (Cemig), Companhia Paranaense de Energia
(Copel) e Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) - consideraram
que a proposta de indenização do governo não é suficiente para repor os
investimentos já feitos e recusaram-se a assinar os novos contratos. Com
isso, as concessões delas não serão renovadas e o governo deverá fazer
novos leilões entre 2015 e 2017.
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