A Comissão Europeia (CE) publicará nesta quinta-feira (14) seu
relatório anual sobre os principais obstáculos ao comércio e os
investimentos que encontra com seus parceiros comerciais estratégicos,
entre os quais estavam o Mercosul. O relatório, que também analisa os
obstáculos no comércio com China, Índia, Japão, Rússia e Estados Unidos,
proporcionará uma avaliação dos progressos conquistados por esses
países na hora de eliminar medidas que dificultam os intercâmbios.
A Comissão divulgou em comunicado que o estudo faz parte de uma "ampla
estratégia" para garantir que os pactos e normas comerciais que a União
Europeia (UE) negociou com seus principais parceiros realmente sejam
aplicados na região. O relatório sobre barreiras ao comércio e os
investimentos foi elaborado pela primeira vez em 2011, e será publicado
coincidindo com o Conselho Europeu de primavera com vistas a situar como
uma prioridade na agenda da UE o "desmantelamento" dos obstáculos
comerciais aos que se enfrenta a União.
O objetivo, afirmou a CE, é sentar as prioridades às quais deve se
atender para eliminar os impedimentos comerciais com esses países, que
juntos recebem 40% das exportações de bens e serviços comerciais da
UE. No caso do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e
Venezuela - que por enquanto só participa como observador nos trabalhos
com a UE), a Comissão negocia desde 2000 um acordo de associação de
região a região que quase não registra avanços no plano comercial desde
que se retomaram os trabalhos, em maio de 2010, após ter ficado
suspensas seis anos.
O relatório do ano passado denunciou a manutenção de barreiras
comerciais concretas no Mercosul, como as políticas protecionistas e as
restrições ao transporte marítimo ou à exportação de matérias-primas por
parte do Brasil e da Argentina. No caso do Brasil, a CE alertou quanto à
discriminação fiscal aos fabricantes de veículos produzidos no exterior
e o endurecimento dos controles de alfândegas sobre a importação de
produtos têxteis.
Em relação à Argentina, criticou a criação de novas restrições
aplicáveis às agências de seguros para que apenas as empresas nacionais
ou as estabelecidas no país possam prestar certos serviços. A UE
denunciou em maio passado a Argentina perante a Organização Mundial do
Comércio (OMC) por supostas restrições à importação, um movimento que
Bruxelas vinha estudando há tempos e que se acelerou após a
nacionalização da petrolífera YPF à espanhola Repsol.
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